Instituto alerta que crescimento da China pode prejudicar o aço brasileiro

20/12/2006 - 19h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crescente projeção da China nomercado mundial de aço poderá representar uma ameaça ao setorsiderúrgico brasileiro, se não forem tomadas medidas para proteção doproduto nacional. A advertência foi feita hoje (20) pelovice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS),Marco Polo de Mello Lopes.

AChina já é o maior produtor mundial de aço e superou a previsão inicialde exportação de 24 milhões de toneladas neste ano: atingiu 37 milhões,com perspectiva de chegar a 40 milhões de toneladas. Esses númerostornam o país responsável por 15% das exportações mundiais, que somam360 milhões.

“O mundo églobalizado e respeitamos o princípio dos vasos comunicantes. Todos ospaíses estão preocupados e começam a se movimentar em direção afechamento de mercado. Nesse momento, o Brasil trabalha com alíquotazero. Isso atende a quem? É uma decisão puramente política. Nãoqueremos benefícios, queremos  apenas igualdade de regras”,afirmou.

A alíquota zero, explicou,poderá implicar aumento de produtos importados no Brasil. Em 2003, aChina comprava 37,2 milhões de toneladas do aço que consumia. Aténovembro deste ano, passou a exportar 37,5 milhões de toneladas. Comose tratam de produtos acabados, de maior valor agregado, a expectativado IBS é de que a concorrência deverá ser acirrada no próximo ano,ocasionando eventuais desvios de comércio, o que afetará o Brasil tantonas importações como nas exportações de aço.O IBS alerta queenquanto os demais países já começam a se proteger ou estavamprotegidos, o Brasil tem 15 produtos com alíquota zero, que podem serum caminho de entrada para os  produtos chineses.