Conselho discute criação de linha especial de microcrédito para o Centro-Oeste

15/12/2006 - 13h13

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Agricultores familiares, artesãos, ambulantes e outrosmicroprodutores do Centro Oeste, que atualmente têm dificuldades de teracesso ao crédito tradicional, podem ganhar uma linha de financiamentoespecífica. A proposta foi defendida hoje (15) pela secretária-executiva doMinistério da Integração Nacional, Silvana Parente, na reunião do ConselhoDeliberativo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste(Condel/FCO). Os fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste,criados em 1988, são formados por 3% da arrecadação tributária do país sobrerenda e produtos industrializados. O recurso dos fundos é aplicado por meio deprogramas de financiamento aos setores produtivos, com o objetivo de objetivode promover o desenvolvimento econômico e social dessas regiões. Em janeiro, na próxima reunião do conselho, será apresentadoum modelo completo da proposta. A idéia é seguir o exemplo do Programa deMicrofinanças Sustentáveis para a Amazônia, lançado em outubro deste ano, comrecursos iniciais de R$ 5 milhões do Banco da Amazônia e mais R$ 5 milhões doFundo Constitucional do Norte (FNO), gerido pelo Ministério da IntegraçãoNacional.Os recursos são repassados para Organizações da SociedadeCivil de Interesse Público (Oscip), cooperativas de crédito e Agências deFomento, com carteira especializada em microcrédito. Essas entidades sãoresponsáveis por buscar os empreendedores com potencial para financiamento. No caso da região Centro-Oeste,  a proposta é que o Banco do Brasil, responsável por administrar oFCO, ofereça o programa de financiamento. “Haverá um atendimento diferenciado,sobretudo nos municípios onde o banco não tem agências, onde há concentração deempreendedores que têm dificuldades de ter acesso ao crédito formal do FCO. Atualmente,os programas do fundo são voltados para o setor formal da economia”, afirmou asecretária.O gerente-executivo de FCO da Diretoria de Governo do Bancodo Brasil, Francisco Oliveira, afirmou que o banco já tem uma estratégia nacional criada para inserir ascomunidades carentes em processos produtivos, que é o chamada de DesenvolvimentoRegional Sustentável (DRS). Para ele, seria necessário criar um modelo para aproposta que siga os parâmetros do DRS. “Acredito que os objetivos colocados ealguns aspectos do modelo são muito positivos, mas acho que merece maisdiscussão e certamente dará certo, integrado com a estratégia deDesenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil”, disse Oliveira.Ele acrescentou que,para reduzir o risco de financiar pequenos empreendedores, geralmenteinformais, o empréstimo precisa ser concedido com estruturação da cadeiaprodutiva, por meio de capacitação dos trabalhadores e melhoramento dosprodutos. “Assim o custo de produção é reduzido e a comercialização égarantida, o que reduz o risco ;do negócio e o nível de garantia a ser exigido”, afirmou Oliveira.