Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social vai dar apoio a instituições que queiram operar os programas de microcrédito que contam com recursos do banco, como cooperativas. O BNDES anunciou hoje (15) a aprovação de uma linha de apoio a Projetos de Desenvolvimento Institucional, com recursos nãoreembolsáveis do fundo social da instituição e dotação orçamentária deR$ 10 milhões.
Segundoo presidente do BNDES, Demian Fiocca, como o BNDES não possui uma rede de agências, ele tem maior dificuldadede atingir um número mais amplo de instituições que trabalham com omicrocrédito. A nova linha permitirá ao banco “atingir uma parcelamaior de cooperativas no país”.
Presenteà solenidade, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os bancos brasileiros não estão acostumados a lidar com os pequenostomadores. “Isso vale para o BNDES, para o Banco do Brasil, para aCaixa, para os nossos bancos privados, para todo mundo”, disse. Marinho emendou a seguir, lembrando que “não é o caso do BNDES porque não temagências, é um banco de fomento, de desenvolvimento”.
“Se os bancos estivessem cumprindo a suamissão de fazer o dinheiro chegar para os pobres, para ospequenos, para quem necessita de mais crédito, não teriam nascido ascooperativas de crédito", disse Marinho. "Essa é a verdade nua e crua, por mais que alguém possa gostar ou não.”Marinho afiançou queo Estado brasileiro tem por obrigação trabalhar no sentido de criar um sistema que funcione também para o microcrédito. “O BancoCentral não estava acostumado a pensar em regulamentação para atingiresse público. O Banco Central nos deu muito trabalho”,disse Marinho. O ministro enfatizou que”o banco público que não se disponha a seguir a orientação do programade governonão necessita ser público”.Ele disse que o cumprimento de metas sociais que o Ministério doTrabalho vai estabelecer funcionará como parâmetro nasnegociações de depósitos especiais do Fundo de Amparo doTrabalhador(FAT) com os bancos públicos.
“Obanco público que não colaborar terá dificuldades nas negociações acada ano a partir de agora”, prometeu Luiz Marinho. Ele ressaltou,entretanto, que o BNDES, com a criação da nova linha de fortalecimentodas entidades que atuam com microcrédito no Brasi ,“ganhou algunspontos de crédito e está na frente dos demais (bancos)”.Para o ministro, as ações de microcrédito constituem uma das principais oportunidades de oferecer alternativas às famílias pobres que lhes permitam deixar de depender de programas assistenciais do governo. “Trabalhamos todos os dias paradiminuir ao tempo a quantidade de famílias que necessitam de umprograma assistencial tão forte, como o Fome Zero", disse. "Nós precisamos, evamos fazer, tirar pessoas do programa Bolsa Família.”