Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Grande parte do lixo produzido nos municípios brasileiros (36%)vai para os lixões e aterros sanitários. Em 49% desses lixões e aterros não háimpermeabilização do solo e em 11% o lixo fica a descoberto. Os dados estão noDiagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos lançado pelo Ministério dasCidades. O estudo compreende municípios de 25 estados e o Distrito Federal ecorrespondem a 38% da população brasileira. Reduzir a quantidade de lixões é iniciativa de responsabilidadedos municípios que, porém, devem contar com o incentivo, definição de políticase liberação de recursos da União, de acordo com o secretário nacional deSaneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Abelardo de Oliveira Filho.“Infelizmente temos ainda uma quantidade grande de lixões. Temque se fazer uma capacitação contínua principalmente nos municípios que são osresponsáveis pelo que se chamam de manejo dos resíduos sólidos, que é a coleta,o tratamento e a destinação adequada (do lixo)”, disse.Outro dado que preocupa o Ministério das Cidades é que 47% doslixões não têm qualquer tipo de licença ambiental e 1,7% tem apenas licençaambiental prévia. O diagnóstico aponta ainda que a coleta de lixo atende 94%da população urbana com freqüência média de recolhimento dos resíduos de duas atrês vezes por semana. Sobre coleta seletiva, os dados mostram que os catadoressão os grandes responsáveis por esse trabalho. A coleta seletiva informal,realizada por catadores, está presente em 85% dos municípios pesquisados. “Por que reciclar o lixo? Primeiro é uma fonte de emprego erenda e é também fundamental para a preservação do meio ambiente”, disseAbelardo de Oliveira.Segundo o secretário, o governo federal deve anunciar, embreve, um plano de investimento para os próximos quatro anos que envolve açõesde saneamento, água, esgoto e também a coleta e tratamento do lixo. O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos é aterceira edição da série histórica sobre lixo, elaborada anualmente desde 2002a partir de dados extraídos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento(SNIS).