Ações no interior do país marcam fim da campanha de combate à violência contra mulheres

11/12/2006 - 8h27

Wellton Máximo e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Apesar de os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra asMulheres terem sido encerrados oficialmente ontem (10) pelos 130 paísesparticipantes, eventos no interior do país marcam o fim da campanha nospróximos dias. Em Fortaleza (CE), a prefeita Luizianne Lins e a ministra Nilcéia Freire, daSecretaria Especial de Políticas para as Mulheres, vão inaugurar hoje (11), às10 horas, a primeira Casa Abrigo do município. O lugar oferecerá segurança paramulheres vítimas de violência ameaçadas pelo marido ou companheiro.Em Floresta, no sertão de Pernambuco, um culto ecumênico, promovido pelaorganização Viva Mulher Viva, em parceria com igrejas locais e a prefeitura,marca o encerramento da campanha. No próximo dia 18, um ato na mesma cidadedivulgará a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas deDiscriminação Contra a Mulher, adotada pelas Nações Unidas em 1979.Em São Paulo, a prefeitura promoverá hoje na Casa Brasilândia (no bairro deVila Brasilândia, zona norte da cidade), uma palestra sobre a Lei Maria daPenha. Sancionada em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a leitorna mais rigorosa a pena contra quem agride mulheres. Agora, o agressor podeser preso em flagrante e ficar até três anos detido. Amanhã (12), a Coordenadoria Estadual da Mulher e a Secretaria deCultura do Rio Grande do Sul promovem o lançamento do livro Mulheresdo Rio Grande do Sul – Diversidade. O evento ocorre no Memorial do RioGrande do Sul, em Porto Alegre.De acordo com os organizadores, os 16 dias da campanha abrangeram datassignificativas na luta pela erradicação da violência contra as mulheres e agarantia dos direitos humanos. A abertura, em 25 de novembro, coincidiu com oDia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres. Nesse dia, em 1960, trêsirmãs que se opunham à ditadura de Rafael Trujillo, na República Dominicana,foram brutalmente assassinadas.O dia 6 de dezembro lembrou o Massacre de Mulheres de Montreal (Canadá). Em1989, nessa data, um estudante entrou armado numa escola politécnica da cidade.Gritando que queria acertar apenas as feministas, o atirador matou 14 alunas. Atragédia inspirou a Campanha do Laço Branco, mobilização mundial de homens pelofim da violência contra as mulheres.Além dessas datas, a campanha também abrangeu o Dia Mundial de Combate à Aids(1º de dezembro) e o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). O DiaInternacional dos Direitos Humanos, escolhido para o marcar o fim da campanha,celebra o aniversário da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos,adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948.No Brasil, a campanha foi realizada pela Organização Não-Governamental Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento (Agende), porentidades feministas e de defesa dos direitos humanos, representações deagências das Nações Unidas no país, além de empresas públicas e privadas.