Brasil e Paraguai discutem medidas para combater contrabando na fronteira

08/12/2006 - 9h24

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Uma reunião realizada em Curitiba nessa quinta-feira entre representantes dogoverno do Paraguai e do Paraná discutiu as medidas que poderão ser implantadasna fronteira do Brasil com o Paraguai para combater o contrabando na região.Segundo o ministro Antonio Cruz de Mello, cônsul geral do Brasil em Ciudaddel Leste, no Paraguai, uma das alternativas que vem sendo estudada pelosgovernos brasileiro e paraguaio desde setembro de 2005 é a execução de um amploprograma de desenvolvimento econômico sustentável. Para o ministro, issosubstituiria a prática de contrabando - que não beneficia nenhum dos doispaíses - por uma economia forte que gere empregos formais.Ele disse que a participação do Paraná, com sua experiência dedesenvolvimento econômico, será essencial. “O contrabando gera uma economiaperversa que não beneficia os dois países. Além disso, escraviza trabalhadoresparaguaios e brasileiros, porque quem trabalha a serviço do contrabando e donarcotráfico são verdadeiros escravos”.Segundo o ministro, a preocupação dos prefeitos da região é com ocrescimento do desemprego. “A expectativa é que mais de 2 mil famílias dedesempregados circulem pelos municípios. Integrar a economia dos municípios defronteira é uma das soluções apontadas para criar alternativas de empregoformal e amenizar o desemprego provocado com o rigor da Receita Federal, queestá reprimindo com mais intensidade o contrabando na região após ofuncionamento, ainda em fase de teste, da nova aduaneira. Cruz de Mello ainda destacou a importância da agenda positiva entre o Paranáe o Paraguai. “A iniciativa visa criar novas oportunidades, que possam gerarmais empregos e melhores rendas”, informou. Segundo o cônsul-geral, na regiãode fronteira entre os dois países, há cerca de 1,3 milhão de pessoas.O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, disse ao cônsul-geral doBrasil  que o Paraná é bem-sucedido nos programas e ações que desenvolveno setor agropecuário. “  Por isso, acreditamos que essas iniciativaspoderão contribuir para um maior desenvolvimento dos segmentos do setornaqueles municípios localizados na fronteira entre o Paraguai e o Paraná”. Ribas ressaltou que apesar de ocupar 2,3% do território nacional o Paranáresponde por 19,5% da produção de grãos e 9% da produção agropecuária do País.