Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Deve estar pronta até o fim do mês a atualização do MapaNacional de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartiçãode Benefícios. A informação foi dada pelo representante da Secretaria deBiodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Ronaldo Waighan.O 3º Seminário Regional que está acontecendo hoje (7) eamanhã em Manaus, reunindo lideranças indígenas e representantes do ministério,encerra os debates públicos sobre a revisão do mapa. Segundo Ronaldo Waighan, nareunião extraordinária, prevista para os dias 19 e 20, o Conselho Nacional deBiodiversidade (Conabio) deve aprovar agora o mapa atualizado. “O conselho deverecomendar a publicação em forma de portaria", detalhou. "Esseprocesso começou há um ano, com a aprovação da metodologia pelo Conabio.”Waighan explicou que a priorização das áreas se traduz emmaior volume e rapidez de investimentos nelas, em projetos de proteção e usoequilibrado dos recursos naturais. "Quando tudo é prioritário, nada éprioritário. Se a sociedade não ajuda a dizer o que é mais urgente, o governofica com amplos poderes de decisão, e, logo, é mais difícil controlar suasações", opinou.O mapa atualmente em vigor é fruto de um trabalho realizadoentre 1998 e 2000, dividindo trechos dos biomas brasileiros (Amazônia,caatinga, cerrado, pantanal, mata atlântica, campos sulinos, zona costeira emarinha) em zonas de "prioridade extremamente alta", "muitoalta", "alta" e em partes "insuficientementeconhecidas". Esse estudo foi homologado em maio de 2004, na forma de umdecreto presidencial. No mesmo mês o MMA publicou uma portaria que estabeleciaa revisão periódica do mapa, a cada dez anos."Graças aos avanços dos estudos e a outros fatores,estamos fazendo essa revisão antes. Em setembro, realizamos uma oficina emCuiabá [Mato Grosso], da qual saiu a proposta de mapeamento das áreas maisrelevantes para conservação. É esse esboço que está sendo discutido nosseminários regionais", explicou Waighan.O primeiro seminário regional aconteceu em outubro, emBrasília, debatendo as terras de Roraima, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Emnovembro, o segundo seminário em Belém, discutiu também as áreas dentro doPará, Acre, Amapá, Amazonas e Roraima. "A assembléia desse segundodeliberou que não faria recomendações para terras indígenas e aprovou asugestão de fazer um seminário específico sobre o tema. Esse terceiro seminárionão estava previsto, foi uma conquista do movimento indígena", comentou orepresentante do ministério.