Polícia Federal investiga irregularidades em carvoarias no interior de Goiás

07/12/2006 - 16h59

Luciana Valle
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - A Superintendência da Polícia Federal de Brasília enviou 45agentes na manhã de hoje (7) ao município de Cristalina, em Goiás. Os policiais realizama chamada Operação Cristal Negro em nove carvoarias localizadas em lotes de umassentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) situado na Fazenda Vista Alegre, que fica na região.Segundo a PF, a operação quer coibir a produção e vendairregulares de carvão comandadas, em alguns casos, pelos proprietários da terraonde vivem os assentados. Até agora, não houve prisões em flagrante e a PFprossegue tomando os depoimentos dos envolvidos.A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente ePatrimônio Histórico da Superintendência (SR/DF) investiga o uso de madeiraretirada de uma área de preservação ambiental permanente (APP) para a produçãodo carvão. No final dessa manhã, os agentes comandaram a destruição dos fornosde produção.A Delegacia Regional do Trabalho do DF, que enviou 12auditores ao local, apura as condições de trabalho dos assentados nascarvoarias. Elas são suspeitas de desrespeitar os direitos desses trabalhadoresrurais, que seriam submetidos à exploração.A operação conta com a colaboração das superintendênciasregionais do IBAMA e do INCRA em Brasília e deve ser encerrada ainda hoje nomunicípio goiano. As equipes não divulgaram os nomes dos envolvidos porque asinvestigações estão sob sigilo para não frustrar o flagrante da operação.Os possíveis detidos pela Operação Cristal Negro serãotrazidos para a Superintendência da PF em Brasília. Os responsáveis peloscrimes ambientais, se condenados, poderão pegar de um a três anos de prisão. Avenda e transporte ilegal de carvão acarretam pena de seis meses a um ano. Elestambém estão sujeitos a pagamento de multa.