Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos(YPFB) deverão estender por mais 120 dias o prazo para concluir as negociaçõesdo preço do gás natural importado para o Brasil. A informação foi dada em notapela Petrobras, no final da noite de ontem. A estatal informou, também, que aintenção de ampliar o prazo ainda será submetida às diretorias de ambas asempresas. O prazo anterior, que já havia sido estendido por váriasvezes, era para que as negociações fossem concluídas até o próximo domingo(10). Ontem, equipes técnicas das estatais voltaram a se reunir, em Santa Cruzde La Sierra, na Bolívia, dando seqüência às recentes reuniões mantidas noâmbito do Comitê de Gerenciamento do GSA (Contrato de Suprimento de Gás). “Em uma iniciativa para buscar alternativas mutuamenteaceitáveis às posições colocadas pelas partes nas discussões do GSA, asempresas acertaram submeter a suas diretorias a proposta de ampliar, nospróximos 120 dias, o escopo das conversações, passando a detalhar e avaliarpotenciais projetos que possam atender aos interesses de ambas as empresas”afirma na nota a Petrobras. Atualmente a Petrobras importa cerca de 26 milhões demetros cúbicos diários de gás natural da Bolívia ao preço de US$ 4 por milhãode BTUs (unidade térmica britânica que a referencia para as negociações com ogás), preço este que chega a US$ 5,47/milhão de BTUs, quando incluído o valorpago pela tarifa de transporte.A Petrobras e outras 11 petrolíferas firmaram recentementenovos contratos para as atividades de exploração e produção de petróleo e gásna Bolívia, adequando as atividades ao “Decreto Supremo”, que nacionalizou ativose reservas das petrolíferas estrangeiras no pais no dia 1º de maio.Já promulgado pelo Congresso Boliviano, o acordo amenizou oclima de confronto entre a YPFB e as estrangeiras desde a promulgação dodecreto, o que pode acabar por trazer à pauta de negociações a retomada deprojetos que foram engavetados com a decisão do governo Evo Morales – inclusiveo que prevê a ampliação do Gasoduto Bolívia-Brasil - Gasbol. Atualmente aPetrobras tem contrato com a Bolívia que vai até 2019 e que prevê a importaçãodiária de gás natural para o Brasil de ate 30 milhões de metros cúbicos.Ontem, também em nota oficial, a Petrobras informou que aexportação de gás natural pela Bolívia para o Brasil, que havia sido reduzidaem cerca de 15% (cerca de 5 milhões de metros cúbicos por dia) já havia sidonormalizada, com o fim das obras no gasoduto, que sofreu danos em abril deste anodevido a chuvas no país vizinho.