Senado terá comissão para acompanhar soluções para o setor aéreo

06/12/2006 - 19h00

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise do setor aéreo tomou conta do debate no Senado Federal hoje (6). Os parlamentares aprovaram, por unanimidade, o requerimento do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) que prevê a criação de uma comissão para acompanhar as providências que estão sendo analisadas pelo Ministério da Defesa e o Comando da Aeronáutica.Além de lideranças partidárias, o próprio presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), se posicionou sobre a questão.“O Senado quer colaborar com a solução da crise. O país já não agüenta mais, está todo mundo em pânico. Por isso, estamos criando uma comissão para efetivamente colaborar”, disse, acrescentando que conversará pessoalmente com as autoridades responsáveis pelo controle do setor aéreo nacional.O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RO), lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a abertura de investigação “para verificar se houve qualquer tipo de ação não condizente com a postura no setor público”.Os atrasos e cancelamentos de vôos afetaram diretamente os senadores ontem. Pelo menos cinco tiveram dificuldade de chegar em Brasília, dentre eles, Gilvan Borges (PMDB-AP), que estava em Macapá.Delcídio Amaral (PT-MS), por exemplo, esperou 12 horas no aeroporto para que seu vôo decolasse de Campo Grande para Brasília. Ele chegou na capital federal somente na madrugada de hoje. “A situação é muita séria e nós [senadores] temos que começar a jogar duro mesmo. Não pode continuar assim”, afirmou, ao defender uma atuação "mais enérgica" do parlamento na cobrança de uma solução para a crise.O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), informou que quatro senadores não compareceram à reunião da bancada por causa de cancelamentos de vôos para Brasília. “Eu sei que o Senado não vai virar as costas para um problema tão relevante como este”.O pedetista Cristóvam Buarque (DF), que estava em São Luis (MA), também não conseguiu retornar para Brasília ontem. “Só estou aqui hoje [quarta-feira] porque o governador José Reinaldo Tavares me ofereceu uma carona no avião do governo do estado”.Senadores que estavam em Brasília e tinham compromissos em outros estados cancelaram as viagens. Caso de Heloísa Helena (Psol-AL), que ficou 17 horas no Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek, e Patrícia Sabóia (PSB-CE) que participaria de um evento no Ministério Público do Rio de Janeiro.