Presidente da CPI dos Sanguessugas foi o único contrário a absolver deputada Celcita

06/12/2006 - 20h13

Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que preside a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, foi o único parlamentar contrário à absolvição da deputada Celcita Pinheiro (PFL-MT). Hoje (6), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou - por oito votos a um - o arquivamento do processo contra a deputada. Ela foi citada no relatório parcial da CPMI por suposto envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento Geral da União.Os deputados seguiram o parecer da relatora do processo contra Celcita, deputada Ann Pontes (PMDB-PA), que alegou falta de provas para sustentar as acusações. Biscaia, no entanto, disse estar convicto do envolvimento da deputada pefelista no esquema.Com a votação de hoje, o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), remeterá a decisão à presidência da Casa, para que o plenário da decida absolver ou não a deputada.No relatório parcial da comissão constava que Celcita teria recebido dois cheques - no valor de R$ 25 mil cada um - do sócio da empresa Planam, Luiz Antonio Vedoin, acusado de liderar o esquema.O documento apresentado na CPMI, uma cópia em xerox dos dois cheques sem nome do destinatário, foi considerado insuficiente como prova pela relatora do processo. Segundo Pontes, o fato de não haver, nos cheques, o nome de Celcita, demonstra que "eles jamais foram apresentados ao banco e muito menos pagos". A relatora lembra que a legislação financeira exige a nominação do cheque a partir de valor de R$ 100. Pontes disse, ainda, que os valores referidos no processo (os dois cheques de R$ 25 mil descontáveis, conforme anotação feita à mão para os dias 30 de novembro e 30 de dezembro de 2002), não constaram dos extratos bancários que a Celcita colocou à disposição da CPMI dos Sanguessugas.