Luciana Vaconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O depoimento de delegado da Polícia Federal Diógenes Curado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas não trouxe muitas novidades. A avaliação é de parlamentares que acompanharam a sessão, entre eles o sub-relator, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). “Não acho que esse depoimento tenha acrescentado muito às investigações, mas nosso diálogo pôde, de certa maneira, trazer algumas possibilidades novas ou pelo menos avançar em algumas”, afirmou Gabeira. O delegado Diógenes Curado investiga a tentativa de compra de um dossiê que apontaria o envolvimento de políticos tucanos em um esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. O presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que o delegado fez um relato das investigações e informou aos parlamentares que ainda não há convicção concreta sobre os fatos para apresentar. Segundo Biscaia, o delegado disse que é possível ter existido crime eleitoral. ”Diante da insistência de parlamentares a respeito dos delitos, ele disse, em primeiro lugar, o que já é de conhecimento de todos nós – da origem ilícita dos recursos e que uma possível configuração de crime eleitoral pode existir. Indício pode existir”, afirmou Biscaia. O deputado acrescentou que o delegado pretende apresentar o relatório até o dia 25 deste mês. Já a CPMI deverá ter o relatório pronto na semana que vem, se não houver prorrogação dos trabalhos. Gabeira apresentou sugestões de investigação sobre a origem do dinheiro e pediu urgência na apuração dos fatos. “Nossa tendência é apontar que esse dinheiro provavelmente é caixa 2 e que a responsabilidade é compartilhada da campanha nacional e da campanha estadual. Ele [Curado] tende a enfatizar a responsabilidade na campanha estadual”, observou.