Inmetro e usinas paulistas assinam convênio para padronizar produção nacional de etanol

06/12/2006 - 20h19

Gabriel Côrrea e Elaine Patricia Cruz
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - Foi assinado hoje (6), em Piracicaba (SP), um protocolo de intenções entre o Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla), o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) para a padronização e desenvolvimento de materiais de referência com rastreabilidade internacional para álcool anidro e hidratado. Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade, , o convênio com o Inmetro busca adequar o etanol produzido no Brasil com "o álcool que o mundo vai querer consumir". "Estamos trabalhando um plano para criar uma padronização internacional do álcool combustível, no nosso caso, do álcool proveniente da cana-de-açúcar”, afirmou, acrescentando que o Inmetro será responsável pelo desenvolvimento das tecnologias e dos padrões do álcool nacional e o CTC, pelo suporte técnico.Andrade explicou que existe uma especificação nacional do álcool, definida pela Agência Nacional de Petróleo, mas também há a necessidade de se adequar aos padrões internacionais. Isso, acrescenta, é para evitar que surja uma especificação internacional que não contemple a produção brasileira. “Aí você teria que mudar toda a indústria brasileira para produzir um álcool de acordo com os padrões internacionais estabelecidos”.Para o diretor científico do Inmetro, Humberto Brandi, o instituto terá a responsabilidade de levantar características do padrão internacional do álcool, apontar quais são os componentes do etanol e qual a dosagem desses componentes para desenvolver um projeto de padrão em nível internacional. A intenção é criar um padrão “mais global possível”, para que o produto seja “comercializado em escala global e tenha aceitação universal”.Além do protocolo de intenções, também foi assinado um convênio do Apla com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) para promover e divulgar, internacionalmente, as tecnologias produzidas pelo setor sucroalcooleiro nacional no exterior. O repasse inicial será de R$ 863 mil e o projeto total deverá consumir R$ 4,5 milhões.O Apla, sediado em Piracicaba, é formado por um grupo de 70 empresas, 10 usinas do setor sucroalcooleiro e entidades de pesquisa e desenvolvimento. Tem apoio do Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento.