Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pelo quarto ano consecutivo caiu a taxa de desemprego na América Latina e Caribe, segundo o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) “Panorama do Trabalho 2006”, divulgado hoje (6) pela diretora da entidade no Brasil, Laís Abramo. Nos três primeiros trimestres de 2006 (de janeiro a setembro) a queda foi de meio ponto percentual, ou de 9,5% para 9,0%, comparado com o mesmo período do ano passado.Segundo o relatório, elaborado pelo escritório da OIT em Lima, Peru, a redução da taxa de desemprego tem sido constante desde 2002, quando alcançou 11,4%. Esse quadro positivo se deve aos quatro anos consecutivos de crescimento econômico, seguido com índices de crescimento do emprego. Projeções da OIT, no entanto, demonstram que, em 2007, esse crescimento permanecerá, embora em índices menores, nos países da região (excluído Cuba), podendo atingir 8,8%.Comparados os três primeiros trimestres de 2005 e 2006, a taxa de desemprego urbano na região apresentou uma queda de 9,5% (no ano passado) para 9,0% (este ano). O aumento no número de pessoas que engrossaram a oferta de mão-de-obra urbana, na região, de 0,3%, foi inferior ao aumento na demanda de mão-de-obra, de 0,6%. Mesmo considerando “muito positiva essa nova baixa no desemprego” o relatório indica que os índices agora alcançados estão longe de atingir os 7,1% de queda no desemprego, como ocorreu no início dos anos 90. Em toda a região, segundo o relatório, “se estima que em 2006 há em torno de 17,5 milhões de pessoas desocupadas na área urbana, mas o meio ponto percentual no aumento no número de desemprego significa que aproximadamente 600 mil trabalhadores conseguiram emprego”.Segundo o mesmo estudo, embora o crescimento econômico siga impulsionando o mercado de trabalho, as diferenças por sexo e idade persistem. Assim, o relatório conclui que a evolução do mercado de trabalho em 2006 “foi modestamente mais favorável para as mulheres do que para os homens”. A taxa de desemprego urbano feminina caiu em oito dos onze países. Com base nos dados disponibilizados por alguns países da região latino-americana e caribenha, a taxa feminina de participação na ocupação de trabalho urbana foi 30% inferior à dos homens. Além disso, o desemprego das mulheres é 1,5% vezes o dos homens.O trabalho dos jovens caiu cerca de dois pontos percentuais nos três primeiros trimestres de 2006, mas ainda há espaço para melhorar neste campo, pois o desemprego dos jovens supera entre 1,7 e 2,2 vezes o desemprego total.A taxa de desemprego urbano diminuiu em quase todos os países da região pesquisada, tendo a maior queda sido registrada na Venezuela (12,9% em 2006 contra 10,4% em 2005), e se manteve praticamente estável em apenas dois países: Brasil (queda de 10,0% em 2006 contra 10,2% em 2005) e no Uruguai (12,2% nos dois anos).