Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A nova safra de documentários brasileiros já pode ser conferida em casa. Doze filmes escolhidos para as duas primeiras etapas do Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro (DOCTV), veiculados em canais públicos de televisão nos últimos dois anos, foram reunidos em quatro caixas de DVD. São três títulos em cada caixa, que passará a ser vendida em 77 pontos de comércio, como livrarias. Foram produzidas 3 mil caixas.“A iniciativa é um sinal de amadurecimento do programa e se dá a partir de uma aposta do mercado, pois a responsabilidade pela logística e comercialização é de uma empresa privada, sem participação de recursos públicos”, explicou Paulo Alcoforado, coordenador executivo do DOCTV Brasil e Ibero-americano.Os 35 projetos escolhidos neste ano para o DOCTV 3 já estão em fase de finalização e serão veiculados a partir de março do próximo ano, uma vez por semana, até novembro. “As emissoras de TV pública cumprem o papel de janela de exibição, de gestoras do DOCTV nos estados e geradoras de mídia institucional”, acrescentou.Cada documentário recebe uma verba de R$ 100 mil para ser produzido, de um total de R$ 3,7 milhões liberados pelo Ministério da Cultura.No próximo ano também serão veiculados na televisão 15 documentários escolhidos pelo DOCTV Ibero-americano, um fundo formado por quatro países – Argentina, Brasil, México e Venezuela – que premiou com US$ 100 mil cada produção.“O que nós conseguimos construir foi uma sistemática de co-produção e teledifusão, adotada integralmente por 15 países ibero-americanos”, disse Alcoforado. Entre os países que selecionaram documentários estão Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Panamá, Porto Rico, Portugal, Uruguai e Venezuela.Em alguns casos, os documentários são feitos em filme de 35 milímetros, o que possibilita a exibição também nos cinemas. “É o caso do filme Acidente, que já havia sido selecionado para os festivais de Locarno (Suíça) e do Rio, e que agora foi escolhido para o Sundance, nos Estados Unidos”, citou. O filme é uma produção da Rede Minas, com direção de Carlos Guimarães e Pablo Lobato.Um dos diretores que tiveram seu projeto escolhido na última edição do programa é o alagoano Hermano Figueiredo, autor do documentário Calabar, sobre o personagem que traiu os portugueses, no século 17, e passou para o lado dos holandeses, na antiga província de Pernambuco.Calabar é a 15ª produção de Figueiredo, mas graças aos recursos conseguidos com o DOCTV, será o mais bem elaborado. “É um programa que serve como alavanca para criar pólos regionais de produção audiovisual nos diversos estados", comemorou Figueiredo.