Para Gil, TV pública deve estar mais próxima da escola, dos centros culturais, de pesquisa e comunitários

27/11/2006 - 19h41

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - “A televisão pública deve ser cada vez mais próxima da escola, da universidade, dos centros de pesquisa, centros culturais e comunitários, articulada com o mais amplo espectro institucional para a formulação de conteúdos e serviços voltados ao atendimento público". Assim pensa o ministro da Cultura, Gilberto Gil, que participou do lançamento oficial do Fórum Nacional de TVs Públicas, que busca propor mudanças para o setor.Segundo o ministro, de modo mais geral “a televisão precisa ser compreendida como um fenômeno cultural global. Ela transmite e é, ela própria, um objeto cultural”. “É um fenômeno cultural quando aprofunda ou mesmo quando banaliza”, define. Gil lembra que as emissoras têm um forte fator educativo e educacional para a TV brasileira. O ministro da Cultura cita a Convenção sobre Diversidade Cultural, da Unesco, cuja ratificação tramita no Congresso Nacional, para embasar o fortalecimento e o incentivo suas diversidades culturais e seus patrimônios simbólicos. “Certamente, uma televisão pública vibrante é um instrumento decisivo para realizar as diretrizes dessa convenção  a favor de uma  globalização justa e baseada no diálogo e admiração cultural dos povos”, definiu. O ministro destacou também a televisão como espaço de informação, debate e repercussão da vida pública e das mudanças da sociedade. Gil indicou que a televisão pública é estratégica também para isso embora o Brasil tenha vivido uma inversão de fatos, em relação a outros países em que a cidadania antecedeu o consumo de massas. O ministro sublinhou, ainda, que  o Brasil sofreu os atrasos de 20 anos de um período autoritário, marcado pela censura e pela centralização impostas às televisões. O cenário onde o país “foi alfabetizado na leitura audiovisual antes da completa alfabetização escrita” só aumenta o desafio de tornar a televisão daqui para a frente um lugar de realização e de cidadania, declarou Gil.