Fazer e difundir cinema é participar da economia criativa, afirma Carla Camurati

27/11/2006 - 13h54

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A cineasta Carla Camurati, que participa doFórum Cultural Mundial, defendeu hoje (27) que fazer e difundir cinemaé uma forma de participação na chamada economia criativa.Nadefinição da agência especial  do Programa das Nações Unidas parao Desenvolvimento (Pnud), promotora da cooperação entre os países aoSul do Equador, economia criativa é um conceito que ultrapassa asrelações comerciais, integra desenvolvimento à economia da cultura eutiliza a criatividade individual das pessoas para gerar emprego erenda.“Fazer cinema e fazer adifusão do cinema são duas coisas em que você precisa de muitacriatividade. Na produção de um filme existe uma economia que pode serfeita desde o início, como uma linguagem. Desenvolver uma forma deproduzir barato é uma maneira de ter uma economia criativa que só somadentro do trabalho, ao invés de subtrair a relação", afirmou. Camuraticitou como exemplo o projeto que começará a elaborar: um filme formadopor sete histórias, todas com igual tempo de duração. "Todas sãorodadas seqüencialmente e isso significa que o filme tem um custo finalde produção amarrado de alguma maneira, fechado, e sem perder adensidade. São sete sentimentos que eu quero analisar na relação detempo. Ou seja, em dez minutos, como se sente traição, amor, angústia,medo ou pressa, como é essa relação do tempo dentro da gente", explicou.Acineasta lembrou que em relação à difusão dos filmes ocorre o mesmo,porque a criatividade também é necessária. "Normalmente, atravessa omundo quem pode. E arrumar formas de quebrar esses esquemas é muitoimportante, porque é assim que se faz com que culturas consigam secruzar mais densamente”, disse.A maioria dos filmes queultrapassam a barreira dos países é absolutamente comercial, na opiniãode Carla Camurati, "daí muita coisa vai ficando para trás". Eladefendeu ainda que, a partir de uma difusão criativa, quebra-se oregistro de produções que não conseguem atravessar o mundo, porque nãose sustentam em um largo espectro, embora isso não ocorra por umaquestão de conteúdo. E acrescentou que "a economia criativa fornece oselementos para o maior alcance do cinema que, por sua vez, é umapoderosa alavanca para a inclusão social".