Embrapa propõe a industriais paulistas parceria em inovação científica e tecnológica

27/11/2006 - 16h30

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Brasil deverá definir no próximo ano os projetos, a serem desenvolvidos por estatais eempresas do setor privado, de criação de produtos voltados para oagronegócio, principalmente na área de alternativas aos combustíveis fósseis. O objetivo é unir o conhecimento científico e tecnológico das instituições de pesquisa pública com a experiência de negócios do setor privado, a fim de reduzir a dependência externa no avanço produtivo, explicou o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio Crestana. Na primeira reunião oficial do Conselho Superior deAgronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo(Fiesp), criado há um mês, Crestana informou que para reduzir essa dependência seria criada uma empresa – nos moldes da chamada Empresa de Propósito Específico – com participação minoritária do setor público (até 49% do capital), conforme as regras estabelecidas pela Lei de Inovação, de dezembro de 2004. A proposta formal dessa parceria deverá ser encaminhada à Fiespe até 15 de janeiro de 2007 e segundo Crestana, já existem vários interessados, como a BR Distribuidora, subsidiária daPetrobras, o Banco do Brasil, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES) e Itaipu Binacional. Essas empresas integram oConsócio Nacional da Agroenergia, criado em abril deste ano. “Aproposta é uma novidade institucional e o que nós (Embrapa) queremos, nessa união com o setor público, é transformar o conhecimento emriqueza, gerando emprego e renda”, argumentou o presidente da estatal. Além da agroenergia, acrescentou, há intenção de desenvolvermedicamentos para a sanidade animal, como uma vacinacontra a febre aftosa ou brucelose, com variante mais tolerante àexposição em temperatura ambiente – as atuais têm de ser conservadas a baixa temperatura. Crestana apontou ainda anecessidade de se buscar uma variedade de cana resistente aoclima cada vez mais quente e sujeito a longas estiagens. “O que nósqueremos é seguir a orientação da Lei de Inovação para juntar oconhecimento tecnológico com o conhecimento empresarial”, disse.