José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo federal vai lançar no início do próximo ano um programa com novametodologia para a construção de 2 milhões de cisternas no Nordeste, em maisuma ação para combater a falta de água na região. A informação é do diretor daAgência Nacional de Águas (ANA), Dalvino Troccoli Franca.A iniciativa, de acordo com o diretor da ANA, que participou dos estudos, é daArticulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA, um fórum de organizações da sociedade civil) e do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome(MDS). Seriam duas caixas de reservatório de água por família – uma para asnecessidades domésticas e outra para atender a lavoura e a criação, explicouFranca. Ele participou na manhã de hoje (27) da abertura da 2ª Conferência deSegurança de Governo, na qual a problemática da água é um dos assuntos emdiscussão. Segundo ele, a previsão é que o número programaseja atingido dentro de quatro anos.Questionado sobre o fato de que, nos últimos quatro anos, a ação conjunta degoverno e sociedade ficou longe do milhão de cisternas previsto para aárea rural do Nordeste, ele afirmou que houve uma “grande crise” naimplementação do programa. “Havia uma expectativa que o número fosse atingido,mas construímos 180 mil mini-reservatórios. Não foi a questão financeira queimpediu, mas sim a metodologia”, frisou. A meta, para cinco anos, faz parte doPrograma Um Milhão de Cisternas.Essa metodologia seria o “ritmo lento” na execução – o serviço foi repassadoà sociedade civil, por intermédio das organizações não-governamentais,cooperativas, sindicatos, igrejas. “Eles estão desenvolvendo um trabalhocompetente. Só que o ritmo e a quantidade deles [entidades], que estãocapacitados, não foram suficientes para atingir a meta. Mas haverá mudançasnessa metodologia, e incluirá a iniciativa privada”, ressaltou Franca.