Congresso discute em Brasília controle de epidemias que atingem vários países

12/11/2006 - 16h22

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Epidemiologistas de 49 países estarão em Brasília, de hoje (12) até o sexta-feira (17), para discutir e trocar experiências no controle e investigação de epidemias que atingem vários países, como a gripe aviária, a aids, a dengue e a pneumonia atípica (SARS), entre outras. Pela primeira vez, o Brasil sedia a Conferência Científica Global da Rede de Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo e Intervenções em Saúde Pública (Tephinet), que está na quarta edição.Segundo a coordenadora do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS, do Ministério da Saúde, Elizabeth David dos Santos, deverão ser apresentados cerca de 200 trabalhos de investigadores de epidemias de 49 países. Entre os temas em debate, estão métodos de controle de uma possível pandemia de gripe aviária, causa pelo vírus Influenza.Há seis anos, o Brasil participa dessa rede de programas de treinamento. Elizabeth David disse que o país está, hoje, preparado para enfrentar uma epidemia da gripe aviária, se realmente ocorrer a pandemia. “O Brasil vem trabalhando intensamente na elaboração deste plano de Influenza e avançou bastante neste último ano. Existe uma preparação intensa e espero que não ocorra, mas, ocorrendo [a gripe aviária], o Brasil estará preparado para enfrentar uma epidemia de Influenza”, afirmou.Além da ocorrência do Influenza nos países asiáticos, serão apresentados durante a conferência os problemas de malária e cólera na África; da aids e tuberculose nas Américas; e o surgimento de doenças causadas por salmonelas na Europa e Oceania.No Brasil, o Programa de Treinamento em Epidemiologia realizou 110 investigações desde sua criação. Entre estas investigações destacam-se o surto de febre maculosa (doença do carrapato), no Rio de Janeiro; casos de hantavirose, no Distrito Federal; rubéola congênita, no Acre; doença de Chagas provocada por ingestão de caldo de cana contaminado, em Santa Catarina; e um surto de toxoplasmose, no Paraná, entre outras. O programa brasileiro já recebeu três prêmios internacionais pela qualidade da investigação em três casos.