Lula reitera em São Paulo necessidade de superar índice atual de crescimento

06/11/2006 - 22h30

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse há pouco ter a consciência da necessidade do Brasil crescer a índices bem superiores aos observados nos últimos anos. Ele destacou, no entanto, que não é possível obter esse crescimento em apenas um mandato presidencial, e sim em uma geração, para que possa ser sólido e maduro. Ao participar em São Paulo da cerimônia de premiação das "Empresas mais Admiradas no Brasil”, promovida pela revista Carta Capital, Lula falou aos empresários que "o que me move é a compreensão que eu tenho de que esse pais está no caminho certo, mais do que já esteve em qualquer outro momento de sua história. Já se tentou inventar mágicas neste pais que não deram certo. Toda vez que se tentou inventar mágica, o Brasil quebrou a cara alguns meses depois”. Durante a solenidade, empresários cobraram do governo federal a importância do crescimento a taxas superiores à atual.  E o presidente afirmou que, "se pudesse decretar o crescimento de 7%, faria por meio de Medida Provisória, mas não posso". Em discurso rápido, Lula afirmou ainda: "Eu quero que todo mundo possa viver com dignidade. E para esse país ser construído, é preciso a compreensão de todos os brasileiros: dos trabalhadores, dos empresários e dos entes federativos”. O presidente também rebateu as afirmações de que teria dividido o país entre ricos e pobres: “Não quero dividir o Brasil. Já nasci com ele dividido, e do lados dos pobres. Não fui eu quem dividi. Quero é repartir o pão produzido de forma mais justa. Fazer o pais crescer a níveis jamais vistos, principalmente na parte mais pobre. Queremos que parte da população vá para a classe média, e a classe media suba mais um degrau, até que atinjamos um Brasil ideal”.Ao comentar a reeleição, Lula disse que nesse segundo mandato continuará a dar prioridade à área social, “combinada com política de investimento”. E que o diálogo com todos os setores da sociedade continuará a ser seu lema. “Vou receber dentro do Palácio do Planalto banqueiros, o rei da soja, o morador de rua, o catador de lixo, porque eles são tão brasileiros como nós, só não tiveram oportunidades. Precisamos construir esse país, sem preconceito. O preconceito não pode ser reciclado, tem que ser exterminado”, finalizou. . Compareceram à solenidade os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, entre outros.