Entenda o que é o "efeito estufa" e como ele provoca o aquecimento global

05/11/2006 - 0h44

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ao chegar à Terra, parte da energia do sol é aprisionada naatmosfera e isso a mantém "quentinha", a uma temperatura média de 30graus Celsius. É esse efeito benéfico que os cientistas chamam deEfeito Estufa, expressão que tem um sentido mais claro no original eminglês greenhouse effect (Efeito de Estufa de Plantas). As explicações estão na página www.unfccc.org.Sem o efeito estufa, não haveria vida na terra e nos oceanos, pelomenos com a riqueza, a diversidade e complexidade que conhecemos hoje.O problema é que, nas últimas décadas, os climatologistas perceberamque a temperatura média do planeta estava aumentando, ou seja, estáacontecendo uma intensificação do efeito estufa. Popularmente, portanto, se fala nos efeitos perniciosos do efeitoestufa quando na verdade se está fazendo referência aos problemastrazidos pela intensificação desse efeito, não por ele em sim, queexiste há milhões de anos e é fundamental para a existência de vida noplaneta.Nas últimas décadas, os cientistas passaram a estudar as causas dessesobreaquecimento, alertando a comunidade internacional. Esse movimentodeu origem à Convenção das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas,aprovada e iniciada na Conferência das Nações Unidas sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992, a Eco-92, ouRio-92.A temperatura média do planeta já subiu 6º C no século 20 e asprojeções indicam que subirá entre 1,4º C e 5,8º C até o ano 2100, senada for feito para deter o processo, segundo informe oficial do portalde internet da Convenção. "Mesmo uma pequena elevação da temperaturafaz-se acompanhar por mudanças climáticas nas camadas de nuvens, naschuvas, padrões dos ventos e duração das estações do ano", destaca aConvenção no portal da internet. Os gases do efeito estufa formam como que uma "redoma de vidro" sobre oplaneta, deixando entrar a luz e aprisionando o calor. Originalmente,esses gases somavam apenas 1% do total da atmosfera. O principal delesé o dióxido de carbono (CO²), que tinha participação de 60% nessa soma.Ocorre que os principais energéticos utilizados pelo homem nos últimosséculos – madeira, carvão, petróleo e gás natural – liberam carbono (C)na atmosfera e contribuem para formar mais dióxido de carbono (tambémconhecido como gás carbônico), que intensifica o efeito estufa. O ciclo de absorção e liberação de carbono é um dos mais amplos eimportantes do meio ambiente e envolve ar, terra e seres vivos, águasdoces e oceanos. As plantas, por exemplo, absorvem carbono e oarmazenam. Mas a liberação de carbono no ambiente, pelo homem, acontecenuma velocidade maior do que a capacidade de absorção do ambiente.Segundo dados da Convenção das Nações Unidas sobre o assunto, os níveisde CO² na atmosfera estão crescendo 10% a cada 20 anos.O Tratado de Quioto pretende reduzir as emissões de carbono,particularmente as geradas por atividades industriais e veículos detransporte. Objetiva também estimular todos os tipos de projetos quepreservem ou ampliem a capacidade do ambiente de absorver o CO² ououtros gases causadores da intensificação do efeito estufa (ozônio -O³, ou metano, CH4, por exemplo), por meio do mercado de créditos decarbono. Outras informações sobre o efeito estufa podem ser encontradas na página oficial da Convenção na internet, www.unfccc.org