Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes de um grupo de trabalho ligado à economia solidáriaanalisaram nesta semana documentos que reúnem normas para o comércio justo no país. Um deles regulamenta, reconhece e identifica o comércio; o outro propõe uma política defomento e apresenta os benefícios diretos e indiretos dasorganizações que desejam fazer parte desse sistema. De acordo com Haroldo Mendonça, coordenador do Comércio Justo e Crédito da SecretáriaNacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho eEmprego, os documentos estão disponíveis para consulta pública e serão discutidos até 15 de janeiro. “A partir do dia 8 vamos começar as feiras estaduais de economiasolidária. Até o final de dezembro, os documentos serão discutidos em 27 feiras. Na nossa avaliação, cerca de 2.700 produtores associados participarão desse debate”,informou. Comércio justo, explicou o coordenador, é considerado um fluxo comercial diferenciado e se caracterizaquando pequenos produtores e artesãos, organizados em cooperativas, porexemplo, se reúnem para fabricar, distribuir e vender seus produtos. Noentanto, esse tipo de comércio também se realiza com a participação das grandes empresas.Na Europa, é praticado há mais de 40 anos e vários países compram produtos como café, artesanato e frutas deorganizações e de países em desenvolvimento. “Hoje, essa relação detroca vem se aperfeiçoando e já se destaca como um nicho de mercadoimportante”, disse Mendonça. No Brasil, existem atualmente associações nos estados do Espírito Santo, Paraná, RioGrande do Sul, Pará e São Paulo, que vendem produtos pelo comércio justoe solidário. “Nós consideramos necessária uma política de fomento queestimule, oriente e reconheça esse mercado”, destacou. O coordenador defendeu ainda que a regulamentação do comércio justoe solidário no país poderia ajudar agricultores e trabalhadoresinformais, que se encontram em desvantagem frente ao sistema deprodução e venda atual: “É preciso estimular o consumo dessesprodutos. As pessoas em vez de optarem pela compra de um cadernoconvencional, de uma grande indústria, podem comprar um cadernoproduzido por uma associação de recicladores”.