Flávia Peixoto
Enviada especial
Montevidéu (Uruguai) - Representantes de movimentos sociais reuniram-se hoje (3), durante a 16ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, com os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez; do México, Vicente Fox; da Costa Rica, Oscar Arias; de Portugal, Aníbal Cavaco Silva; e de Honduras, Manuel Zelaya, entre outras autoridades.Eles destacaram a necessidade de combater atitudes racistas e xenófobas, e de lutar pelos direitos trabalhistas das pessoas que deixaram seus países.O tema principal da Cúpula, que se realiza até domingo (5), são as migrações. Estarão em discussão questões como o potencial de ajuda econômica das remessas de dinheiro que os migrantes enviam para seus países de origem. Neste ano, latino-americanos e caribenhos que trabalham em outros países deverão mandar US$ 60 bilhoes para suas familias.O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, presidentes e primeiros-ministros de 15 países da região participam da Cúpula, entre eles a presidente do Chile, Michelle Bachelet, o boliviano Evo Morales e o chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. As demais nações estão representadas por vice-presidentes e delegações ministeriais – o chanceler Celso Amorim representa o Brasil.O argentino Néstor Kirschner, que não era esperado, surpreendeu e chegou a tempo de participar da cerimônia de abertura do encontro, na noite de hoje. Desde janeiro, Uruguai e Argentina enfrentam uma tensão bilateral devido à instalação de uma fábrica de celulose, da empresa finlandesa Botnia, no municipio uruguaio de Fray Bentos, na região de fronteira, às margens do Rio Uruguai. Em protesto, ambientalistas argentinos bloqueiam rodovias de ligação entre os dois países, o que tem causado prejuízos econômicos ao Uruguai.