Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A recuperação dos 20 quilômetros do Rio dos Sinos (RS) onde, no sábadopassado (7), um desastre ambiental causou a morte de mais de um milhão depeixes deve durar pelo menos três anos, disse o ministro daSecretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), Altemir Gregolin. Nopróximo mês, seria a época da piracema, período de reprodução dospeixes. “Possivelmente, nos próximos dois ou três anos haverá umcomprometimento muito grande na reprodução dos peixes. O desastrecompromete muito os estoques e a reprodução”, afirmou Gregolin.Atéo momento, uma indústria de alimentos e dois curtumes foram autuadospela Fundação de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam) eoutras 50 indústrias da região já foram investigadas. “Mas o processode investigação continua”, disse o ministro.Ele explicouque dos 200 quilômetros do Rio dos Sinos, 20 foram atingidos pelosresíduos químicos jogados por algumas indústrias da região. Mesmoassim, Gregolin afirmou que o abastecimento de água das cidades da regiãonão está prejudicado. “Os pontos de captação de água que abastecem ascidades não foi atingido. A Corsan (Companhia Riograndense deAbastecimento) está fazendo a coleta de amostras de água de hora emhora e monitorando de perto. Até agora, não foi constatado nada”, acrescentou.AltemirGregolin pediu apuração rápida e o uso do rigor da lei na puniçãodos responsáveis pelo desastre ambiental. “Não dá para admitir um fatodessa gravidade ser provocado por gente que é irresponsável com omeio ambiente. O que está em cheque não é só o rio em si, mas o nossofuturo. Tem de ter punição severa e um plano de despoluição do rio amédio e longo prazo”.O ministro explicou ainda que a Polícia Civil e o Ministério Públicono estado abriram processo e estão investigando as causas do desastre.Além disso, ele informou que colocou a Polícia Federal àdisposição das autoridades, se for o caso. Ao todo, estão envolvidas noprocesso de investigação e recuperação do rio mais de 100 pessoas.