Ministério da Justiça se comprometeu a corrigir pesquisa, diz secretário

07/10/2006 - 15h18

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, confirmou à Agência Brasil que o Ministério da Justiça se comprometeu a corrigir uma pesquisa, divulgada no fim do mês de setembro pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que coloca equivocadamente o Paraná e algumas de suas cidades como sendo as mais violentas do país. Cálculos feitos por técnicos especializados da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria de Segurança Pública do Paraná contestaram as estatísticas de ocorrências que constam na pesquisa  do governo federal.

Delazari disse que o subsecretário nacional da Segurança Pública, Robinson Robin, admitiu fazer as correções devido a uma série de incoerências quanto aos cálculos e uso de informações populacionais. De acordo com o secretário, por exemplo, em Curitiba, a taxa de estupro divulgada na pesquisa é de 18 para cada 100 mil habitantes em 2004, mas utilizando a população estimada para 2004 pelo IBGE, que é de 1.727.010 habitantes, essa taxa cai para 9,21.

“Mesmo mantendo o número de ocorrências equivocado, ainda temos o erro de cálculo porque as estatísticas divulgadas falharam no número de habitantes usado na pesquisa”, explica Delazari. Ainda de acordo com a análise feita pela Cape, “na tentativa de encontrar o dado utilizado pela Senasp para atingir a taxa de 18 estupros para cada 100 mil habitantes realizou-se o cálculo inverso, onde a população de Curitiba teria que ser de 883.333 habitantes”.

No caso de homicídios dolosos, a conta para definir o índice a cada 100 mil habitantes também está errada. “O Paraná, de maneira alguma, é um dos estados com maior índice de criminalidade”, afirmou  o secretário. "A pesquisa  informa a ocorrência de 3 mil homicídios em 2005, quando na verdade são 2.200"  Ele  disse  que o representante do ministério concordou  que a  pesquisa na verdade não representa um ranking da criminalidade, mas sim um mapa do “trabalho policial e das secretarias estaduais”.