Renato Brandão
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os bancários de São Paulo pretendem continuar com a greve por tempo indeterminado para obter da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma contraproposta nas negociações salariais, afirmou Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Em entrevista à Agência Brasil, Marcolino afirmou que a greve não será encerrada enquanto a Fenaban mantiver a atual proposta de aumento de 2,85%.O presidente do sindicato dos bancários disse que o movimento grevista está forte e que a tendência é ampliá-lo nos próximos dias, caso a Fenaban não atenda às exigências dos trabalhadores. “Nós esperamos que com a greve, que está forte em todo país, a Fenaban se sensibilize com as nossas reivindicações”, disse. “Mas que [a Fenanban] apresente uma proposta que efetivamente possa ser colocada em votação para ser apreciada e aprovada pelos trabalhadores”.Segundo Marcolino, o comando geral de greve reúne-se hoje à noite com representantes da Caixa Econômica Federal (às 18 horas) e com o Banco do Brasil (às 19 horas), em busca de uma melhor proposta do que a oferecida pela Fenaban. A assessoria de imprensa da Fenaban informou à Agência Brasil que a entidade mantém a proposta oferecida ao Comando Nacional dos Bancários na última terça-feira (4) e aguarda um posicionamento oficial dos bancários.A assessoria também orienta a população a utilizar “canais alternativos” de atendimento, como operações pela internet, telefone e casas lotéricas. Segundo a Fenaban, estes canais têm sido utilizados cada vez mais. Dados da entidade mostram que das 35 bilhões de operações bancárias realizadas em 2005 apenas 10,6% foram feitas diretamente no caixa dos bancos. Já operações por débito automático somam 28,7%.De acordo com apuração do sindicato, mais de 39 mil bancários aderiram ao primeiro dia de greve. Mais de 500 centros administrativos ou agências pararam, em grande parte estabelecimentos concentrados na região central de São Paulo.Os bancários optaram pela greve por tempo indeterminado, em assembléia realizada na terça-feira (3). A categoria pede a reposição da inflação do período de vigência dos acordos da categoria, de 2,85%, mais aumento real dos salários em 7,05%. A Federação Nacional dos Bancos só elevou o índice total de 2% para 2,85%, que é a inflação plena do período da categoria (setembro de 2005 a agosto de 2006), medida pelo IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.