Secretário do Tesouro justifica que economia feita pelo governo é para se ter margem de manobra

26/09/2006 - 19h01

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, comentouhoje (26) que a economia feita até agosto pelo governo central(Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) foi necessária para seter "alguma margem de manobra" para possíveis oscilações da economiaeste ano. O superávit primário - resultado das receitas e despesas semincluir o pagamento dos juros - foi de R$ 47,879 bilhões de janeiro a agosto,enquanto a meta para o período era de R$ 42,9 bilhões. Embora espere melhora da economia no segundo semestre desteano, Kawall disse que "não trabalha com o melhor dos mundos" e quepor isso é cauteloso. "O que é necessário, do ponto de vista de gestãoprudente das contas públicas, é você ter uma margem de manobra”, disse. O secretário afirmou que o corte anunciado ontem (25) de R$1,6 bilhão no Orçamento deste ano, sob a alegação de garantir a meta de superávit,foi reflexo dos dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) do segundotrimestre. No dia 31 de agosto, o IBGE divulgou crescimento do PIB de apenas0,5% no período. Com isso, o governo reduziu, segundo relatório de reestimativade receitas e despesas, divulgado ontem, a previsão de crescimento econômicoeste ano de 4,5% para 4%. "Nos últimos 30 dias houve a informação do PIBtrimestral e nós continuamos otimistas de que os resultados do terceirotrimestre da economia sugerem uma melhora em relação aos dados do segundotrimestre. Nesse sentido, a trajetória do ponto de vista fiscal continuacondizente com o cumprimento da meta, e se forem necessários novos ajustesserão feitos". Com a nova projeção de PIB, a meta de superávit primário dosetor público consolidado - que inclui, além do governo central, as contas dasestatais, dos estados e dos municípios – é de R$ 88,7 bilhões, correspondente a4,25% do PIB este ano. Anteriormente, o valor era R$ 89,3 bilhão.