Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 50 pessoas que foram submetidas a trabalho escravo no Rio de Janeiro serão indenizadas amanhã (25) e receberão passagens de volta para sua terra natal, a Paraíba. Elas vendiam redes e eram mantidas em regime de escravidão na favela do Catiri, zona oeste da capital carioca. Quatro tinham menos de 18 anos.A quadrilha que as explorava foi descoberta no último dia 18, após quatro meses de investigação. O ponto de partida foi um telefonema ao Disque Denúncia do Trabalho, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), posteriormente encaminhada à Delegacia Regional do Trabalho, Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho.Segundo a Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj, os trabalhadores estavam alojados em galpões escuros e úmidos, sem condições mínimas de higiene. No local, foram encontrados o dono da tecelagem de mantas e redes São José, Manoel Gomes Xavier, e dois aliciadores de mão-de-obra escrava.Os trabalhadores são oriundos da cidade de São Bento das Redes, no sertão da Paraíba, e foram transportados até o Rio de Janeiro na caçamba fechada de um caminhão durante três dias, junto com as redes que seriam vendidas.