FMI aprova resolução para reforma de cotas e poder de voto dos países membros

18/09/2006 - 17h15

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Fundo Monetário Internacional aprovou, durante a reunião de Outono, que acontece em Cingapura,  a resolução que estabelece a reforma das cotas e poder de voto dos países membros no órgão. Com voto contrário do Brasil, a  aprovação superou os 85% dos membros do fundo, percentual mínimo necessário para aprovações.De acordo com o comunicado divulgado na páginado Fundo na internet, “a reforma visa a equalizar as cotas com asposições relativas de seus integrantes na economia global.Principalmente dar às nações de baixa renda maior participação e voz”. O programa de reforma, que prosseguirá até2008, inclui como primeiro passo, o aumento das cotas para paísesconsiderados poucos representados, como China, Coréia, México eTurquia.Em um segundo momento, será elaborada uma nova fórmula com oobjetivo de equilibrar a participação de cada um dos 184 membros. “A diretoria executiva deve propor uma emendapara dobrar os votos básicos que cada membro possui, para proteger osvotos dos países de baixa renda. Deve também salvaguardar a proporçãodos votos básicos no total”, explica o documento.No último sábado, durante areunião do comitê monetário e financeiro, o representante do Brasil noencontro, ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia manifestado a posição contráriaà reforma da maneira como está sendo proposta pela diretoria do fundo. “Concordamoscom a visão de que a reforma das cotas e voz constitui um elementolegítimo para o FMI”, disse, “no entanto, não podemos escondernosso desapontamento com a recente proposta de reforma, especialmentediante das propostas feitas no ambiente do G20".Mantega explica que a proposta de "aberturavariável" é especialmente prejudicial aos países em desenvolvimento."Embora muitos países em desenvolvimento tenham se beneficiado da maiorabertura do comércio, é um paradoxo que, enquanto a Rodada de Doha estáparalisada, essa proposta tem um peso forte na nova fórmula”,complementou.A proposta do G20, citada pelo ministro da Fazenda, incluitrês estágios. “Primeiro, uma cota transparente e simples, com oProduto Interno Bruto como um elemento de balizamento. O segundoelemento seria um mecanismo para prevenir que o controle das naçõesfortes se ampliasse ainda mais. O terceiro é que um ambiciosocrescimento dos votos básicos permitiria a proteção das economiasmenores”, explicou.O encontro de Cingapura prossegue até quarta-feira (20), com realização da plenária do FMI e Banco Mundial.