Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou hoje(11) que estão sendo investigadas as circunstâncias e as motivações doassassinato do deputado estadual Ubiratan Guimarães (PTB), coronel reformado daPolícia Militar paulista. Ubiratan liderou a operação militar na Casa deDetenção do Carandiru, em outubro de 1992, que resultou na morte de 111prisioneiros. Segundo a secretaria, ainda não há pistas sobre o crime. O coronel foi encontrado morto na noite deste domingo (10),em seu apartamento, no bairro Jardins, com um tiro na região do tórax. Ubiratan foi levado a júri popular em 2001 pelo Massacre doCarandiru e condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 presos.Mas em fevereiro último, a sentença original da juíza Maria Cristina Cotrofe foirevertida. O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu Ubiratan Guimarães, por20 votos a dois. Embora considerasse válido o julgamento de 2001, a maioria dosdesembargadores acatou argumentos apresentados pela defensoria e inocentou ocoronel. A absolvição causou reações de indignação de entidades de direitoshumanos no Brasil e no exterior, como a Anistia Internacional. Naquele mesmo mês, a Anistia Internacional lançou relatóriono qual destacava a impunidade no caso do Carandiru. Nenhum dos responsáveispelas 111 mortes tinha sido preso e nenhuma família das vítimas foraindenizada, informava o documento. Os 119 policiais acusados de participarem domassacre ainda não foram a julgamento.O coronel reformado Ubiratan Guimarães exerceu mandado como suplentede deputado estadual em 1997, foi reeleito em 2002 e concorria a um novomandato nas eleições deste ano.