Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que areunião do G-20, que se encerra hoje, valeu a pena, do ponto-de-vistado Brasil, tendo em vista que os países em desenvolvimento que integramo grupo puderam dialogar diretamente com os principais parceiros domundo desenvolvido. “A mensagem política, creio eu, é muito clara:nenhum dos países deseja que a Rodada de Doha fracasse e todos nósfaremos todos os esforços para que ela seja bem sucedida”. Amorim esclareceu que o encontro do Rio de Janeiro não era umareunião de negociação. “O que nós sentimos da parte de todos não éapenas um desejo abstrato de continuar, mas um desejo que se expressatambém pela disposição de sermos flexíveis”, disse o ministro. Essaflexibilidade estará condicionada à flexibilidade de todos osenvolvidos, observou.O chanceler brasileiro destacou também a consciência de todos osparticipantes sobre as conquistas já acumuladas no âmbito daOrganização Mundial do Comércio, em todos esses anos de negociação.“Estamos falando de cortes efetivos em apoio doméstico, estamosfalando de data final para a eliminação de subsídios à exportação,estamos falando de fórmulas de acesso a mercados”.SegundoAmorim, “muito se avançou e seria um enorme risco perder essesavanços”. O ministro constatou que há uma demonstração forte deengajamento e de compromisso com a Rodada. Nesse sentido, agradeceuparticularmente ao secretário-geral da OMC, Pascal Lamy, pela presença,a orientação lúcida e a capacidade de apresentar propostas, mesmoque necessitem ser discutidas.Amorim afirmou não estar frustradocom o fato de a rodada de Doha não ser retomada ainda este ano, comoera sua expectativa. Para ele, no entanto, o engajamento demonstradopelos participantes do encontro do Rio de Janeiro e a vontade de iradiante, com flexibilidade, demonstram isso. Amorim destacou, porém,que se trata de um processo longo. Nos trabalhos técnicos que serãoefetuados a partir de agora todos terão oportunidade de expressar seuponto-de-vista, disse o ministro. O ministro das RelaçõesExteriores da Argentina, Jorge Taiana, esclareceu que as negociações deDoha foram suspensas em julho devido a divergências na áreaagrícola. Trabalhos técnicos e políticos começarão a ser realizados nas próximas semanas, com o objetivo de retomar asnegociações.