Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A saúde deve ser vista como um investimento central para odesenvolvimento econômico e social de qualquer país. A recomendação consta daCarta do Rio, elaborada a partir das discussões realizadas durante o 11ºCongresso Mundial de Saúde Pública e 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva,que terminou hoje no Rio de Janeiro. O documento será entregue às autoridadesdos países que participaram do fórum.O presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva(Abrasco), Paulo Gadelha, disse que a Carta do Rio reafirma princípios de que asaúde é um direito fundamental e um bem público mundial. O documento, segundoGadelha, indica ainda a necessidade de se pensar nas questões ligadas à saúdesob uma ótica global. “O aquecimento global, por exemplo, é um problema que afetaa saúde de todos os povos. Doenças que não poderiam atingir certas regiões emfunção de barreiras climáticas passam a existir nessas regiões por causa daelevação das temperaturas”, destacou.A carta também recomenda que os países desenvolvam sistemasde proteção social capazes de vencer os desafios da globalização. “Com avelocidade das trocas comerciais e da movimentação de pessoas, qualquerprocesso, em qualquer lugar do mundo, tem atualmente uma capacidade muitogrande de se propagar”, disse. “É o caso da gripe aviária, que embora ainda esteja noestágio em que a contaminação é feita apenas através do contato do homem comanimais, já produziu efeitos catastróficos em todo o mundo”.Gadelha destacou que durante o Congresso foi debatida a necessidadede se cobrar mais participação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nadefinição de políticas públicas mundiais. Segundo ele, nos últimos anos aentidade perdeu espaço nos grandes problemas internacionais para outros órgãos,como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (Bird) e aOrganização Mundial do Comércio (OMC).