Conab prevê safra de café em 2007 de 41,6 milhões de sacas

25/08/2006 - 18h52

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A safra de café 2006/2007 está estimada em 41,6 milhões desacas de 60 quilos, com crescimento de 26,2% em relação à safra de safra2005/6, quando foram colhidos 32,94 milhões de sacas. Os números são doterceiro levantamento feito este ano pela Companhia Nacional de Abastecimento(Conab).O café está tendo recuperação de preços no mercado desde osegundo semestre do ano passado. A produção mundial está estimada em 120milhões de sacas para a próxima safra, com previsão de consumo de 117 milhõesde sacas. O diretor do Departamento do Café, do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Vilmondes Olegário, disse que “amelhora no trato da cultura, como podas, desbrotas, adubação e controlefitossanitário foi permitida pelo intervalo provocado pela seca. Com isso,o  produtor obteve melhor qualidade e deverá resultar em  preçomelhor quando for vender no próximo ano”. Ele ressaltou, no entanto, que a previsão de produtividadepara a safra seguinte será menor, em vista da periodicidade normal dascolheitas.Olegário disse que o produtor não tem como ter certeza deque vai poder contar com preço equilibrado ao colher o que vai ainda serplantado no próximo ano, “pois o setor  ainda está se recuperando deprejuízos da crise de 2002”, quando o preço da saca de café estava entre US$ 40e US$ 48, e hoje está fixado em US$ 126. Por essa razão, conforme Olegário, “o governo procurouamenizar a situação ao disponibilizar R$ 1,578 bilhão para a colheita eestocagem do café que vai ser colhido no próximo ano”."Pela primeira vez foi implantada uma políticaanticíclica, para viabilizar a vida do produtor, das cooperativas e dos demaismembros do mercado”, disse o diretor do Departamento do Café. Ele explicou que o financiamento para estocagem vai permitiro deslocamento de até 8 milhões de sacas para áreas onde os estoques estiveremmais baixos, visando um equilíbrio de preços na safra menor que será colhida em2008. “A movimentação desse estoque  poderá ser feita em duas etapas,deslocando-se 50% em 6 meses e o restante para até 365 dias”, disse Olegário.Ele lembrou que, além dos efeitos da seca, o café, como osoutros produtos agrícolas bem cotados no mercado internacional, sofre ainfluência do câmbio e de outras variantes de mercado.