BNDES patrocina restauração da Igreja da Glória no Rio de Janeiro

25/08/2006 - 15h33

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro -

A Igreja da Glória do Outeiro, mais conhecida como Igreja do Outeiro da Glória, vai passar pela segunda maior  reforma desde 1793, quando foi concluída sua construção. A reforma abrange 75% da área externa e interna de um dos maiores patrimônios da arquitetura colonial brasileira. Mais da metade do projeto de restauro (61,2%) terá patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito da Lei Rouanet, no valor de R$ 992 mil.

O contrato de financiamento foi assinado hoje (25) pelo diretor da área social do BNDES, Élvio Gaspar, e pelo provedor da Irmandade do Outeiro, Mauro Viegas, em solenidade realizada na sede da instituição.A obra, que deve durar um ano, será iniciada assim que o projeto atrair outros investimentos. O projeto inclui restauro, conservação e manutenção da cobertura do prédio, fachadas, muros, paramentos, forros, altares, talhas e sistemas elétricos, que estão comprometidos pela umidade. O problema compromete também as pedras externas da base  e afeta a estrutura da construção da igreja.O contrato foi o segundo destinado ao Rio de Janeiro, dentro da nova Política de Preservação do Patrimônio do BNDES, depois do investimento no Museu Histórico Nacional. Foi adotado este ano um sistema de biênio para investimentos em  três cidades e as primeiras contempladas foram Olinda, em Pernambuco, Ouro Preto, em Minas Gerais,  e o Rio. Élvio Gaspar disse que a Igreja da Glória é patrimônio do estado e do país. Segundo ele, apoia a reforma é importante para o BNDES. "Faz parte da nossa história e da nossa tradição aqui no banco. A Candelária e o Mosteiro de São Bento estão no nosso roteiro de preparação. O Museu Nacional de Belas Artes, também. Tem muitas obras na nossa linha de trabalho”, afirmou.Mauro Viegas, da irmandade do Outeiro, propôs a criação de uma política nacional de apoio para manutenção de bens tombados. Para ele, isso é indispensável e não seria tão complicado. "Todo bem tombado deve ser fiscalizado e já o é, mas o patrimônio histórico não tem recurso para isso. Tem prédios no Rio que não podem desaparecer”, destacou. O Outeiro da Glória já recebeu apoio financeiro da Petrobras e da Eletrobrás. O BNDES  financia pela segunda vez um projeto de preservação da igreja, que foi tombada em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também pela Lei Rouanet, o BNDEs patrocinou em 2002, com R$1,3 milhão, o Projeto de Conservação e Restauro do Patrimônio Azulejar do Outeiro.A Igreja da Glória do Outeiro é um dos locais históricos mais importantes da cidade. Na região ocorreram várias batalhas. Numa delas, Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro foi mortalmente ferido. Em seu altar foi batizado o Imperador Dom Pedro II.