Unidade de Paulínia vai regaseificar 380 mil metros cúbicos de gás por dia

21/08/2006 - 9h13

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A primeira planta de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL)do país, que será inaugurada hoje em Paulínia (SP), terá capacidade deproduzir 380 mil metros cúbicos do produto por dia. A unidade é umaparceria da Petrobras com a White Martins e vai atender à demanda degás natural dos mercados do sul de Minas Gerais, Brasília e Goiânia.Aindacomo parte do programa de introdução do GNL na matriz energéticabrasileira, a Petrobras está concluindo estudos para o lançamento deuma licitação destinada ao afretamento de dois navios que tambémfuncionarão como planta de regaseificação de GNL. Segundo informaçõesdo diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, asunidades terão capacidade para regaseificar até 200 milhões de metroscúbicos diários de GNL. Os navios a serem afretados, com opçãode compra futura, serão instalados na Baía de Guanabara (RJ) e no Portode Pecém (Ceará). No primeiro caso, a capacidade de produção será de140 milhões de metros cúbicos de gás por dia, a serem transportados porum gasoduto submarino ainda a ser construído. No segundo, o navio, comcapacidade para produção de 60 milhões de metros cúbicos/dia, terá suaprodução viabilizada para o mercado a partir de obras de adaptação aserem feitas no píer de Pecém e que exigirão investimentos de US$ 40milhões.O programa com vistas à inserção do GNL na matrizenergética do país passou a ser desenvolvido pela Petrobras a partir doimpasse surgido nas relações comerciais entre a Petrobras e a Bolívia apartir da decisão do presidente Evo Morales de nacionalizar ativos ereservas das empresas petrolíferas que atuam no país.A criselevou a Petrobras a suspender os investimentos para elevar a importaçãode gás natural da Bolívia dos atuais 24 milhões de metros cúbicos pordia para 40 milhões de metros cúbicos. A intenção da empresa é utilizaro GNL como uma alternativa permanente de abastecimento em demandas depico. Estimativas da Petrobras indicam que o consumo de gás natural nopaís deve chegar a 100 milhões de metros cúbicos por dia em 2010, o quetorna a alternativa do GNL não apenas viável, como permanente. A idéia é que as plantas funcionem de forma ininterrupta, podendoser acionadas em momentos de emergência, atendendo principalmente àsnecessidades de despacho das usinas termelétricas.As plantas deGNL são unidades onde o gás natural em estado líquido é regaseificadopara ser distribuído aos centros concumidores. O produto será importadode países produtores, possivelmente dos africanos.