Irene Lobo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A tarifa de energia elétrica passará por reajuste em sete estadosbrasileiros. O índice de reajuste será decidido amanhã (22) em reuniãona Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As empresas que terãosuas tarifas reajustadas entre os dias 26 e 28 deste mês são: Cepisa(PI), Forcel (PR), Ceal (AL), CEB (DF), Cemar (MA), Saelpa (PB) eElectro (SP).O professor da Universidade Federal do Rio (UFRJ) e ex-presidente daEletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, disse que o brasileiro paga pelaenergia elétrica o equivalente ao que pagamos consumidores de alguns países europeus com renda per capita maiorque a do Brasil. “Pagamos o mesmo que países como a Espanha e o ReinoUnido”.Acomparação entre as tarifas foi feita no estudo “Key World 2004”, daAgência Internacional de Energia (AIE). Em relação ao Brasil, a basefoi o valor divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)em 2004, que foi convertido para dólar, quando cada dólar valia R$ 2,4.Considerando a conversão, a tarifa brasileira só era maisbarata que a de nove países: Suíça, Bélgica, Itália, Portugal, Áustria,Alemanha, Holanda, Japão e Dinamarca. E mais cara que a de 21países: Islândia, Luxemburgo, Irlanda, Reino Unido, Espanha, França,Suécia, Turquia, Finlândia, México, Polônia, Noruega, Hungria, Coréia,Grécia, Estados Unidos, República Tcheka, República Eslováquia, NovaZelândia, Austrália e Canadá.“É estranho o Brasil ter uma tarifaelétrica tão cara sabendo-se que a energia brasileira vemprimordialmente a partir da água, que é renovável e gratuita. Como,então, conseguimos ter uma tarifa tão próxima a de países que sãodependentes de petróleo e praticamente não têm rios para a produção deenergia?”, questiona o consultor na área de energia e coordenador depós-graduação de Engenharia da UFRJ, Roberto Pereira d’Araújo.NoBrasil, o custo da geração de um quilowatt de energia depende da fontede energia e da região consumidora. Segundo o presidente da Empresa dePesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, o custo para produzirenergia nas hidrelétricas, atualmente, varia entre US$ 35 a US$ 40 omegawatt-hora, ou seja, cerca de R$ 0,1 (10 centavos) por quilowatt,considerando o mesmo câmbio do estudo (R$ 2,4 por dólar).“Entretanto,o preço da energia para o consumidor brasileiro varia muito de estadopara estado. Temos tarifas diferentes quando ela chega na casa doservidor, na planta industrial ou no comércio”, afirma Tolmasquim.