Furlan culpa burocracia pelo baixo ritmo dos investimentos em infra-estrutura

21/08/2006 - 17h11

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Luiz Fernando Furlan, disse hoje (21) que embora o governo federaltenha priorizado investimentos na área de portos, considerada estratégica noescoamento dos produtos vendidos ao exterior, não conseguiu imprimir um ritmo àaltura das necessidades do setor produtivo. “Não conseguimos levar as obras na velocidade que o Brasilprecisava”, queixou-se ele durante palestra em encontro promovido pela Câmarade Comércio Suíço-Brasileira.Na justificativa dada aos executivos e empresáriospresentes, Furlan apontou o excesso de burocracia nos processos de licitaçãopública como o grande responsável pela falta de agilidade na execução de obrasem infra-estrutura. Segundo ele, há situações em que os processos demoram decinco a seis meses. Diante dessa morosidade, defendeu “uma reforma no sistemade licitações e uma ação forte de penalidade para evitar fraudes”. Furlan informou que estudos nesse sentido estão sendorealizados pelo Ministério do Planejamento.Os investimentos em infra-estrutura como solução para tornaros produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional são motivosde preocupação permanente do ministério, assegurou Furlan. Conforme observou,“não faltam diagnósticos para solucionar a questão e sim imprimir um ritmo maisveloz”. “Nós escolhemos a modernização dos portos por ser esse meiode transporte responsável por 92% da distribuição do comércio externo viamarítima”, informou.Durante a palestra, o ministro defendeu que há espaço paraampliar as relações comerciais entre o Brasil e a Suíça. Como exemplo, citou avenda de etanol, cujos embarques para aquele mercado alcançaram 9,5 milhões delitros no ano passado. Entre as  mercadorias exportados pelo Brasil estão osprodutos primários como alumínio, pasta química de madeira, carne, café, fumo,zinco, minérios de manganês, além de álcool , artefatos de joalheria  esuco de laranja. Na contrapartida, as importações brasileiras do mercado suíçoincluem medicamentos, geradores de eletricidade, motores a diesel e produtosquímicos. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontamque, em 2004, as importações brasileiras somaram US$ 1 bilhão, volume bemabaixo das exportações que atingiram US$ 348 milhões.