Agência Lusa
Brasília - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, divulgou um comunicado hoje (20), afirmando que a operação feita pelo exército israelense contra o Hizbollah foi uma violação do cessar-fogo que está em vigor desde a última segunda-feira (14). Nesta madrugada, helicópteros de Israel investiram contra o grupo armado perto de Baalbeck, a leste do Líbano. A operação foi seguida por bombardeamentos e rebatida pelo Hizbollah. Um tenente-coronel foi morto e dois outros oficiais israelitas ficaram feridos."O secretário-geral está profundamente preocupado com uma violação pela parte israelita da cessação das hostilidades prevista na resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", diz a nota de Annan. A resolução determinou a trégua no conflito, iniciado em 12 de julho.O secretário transmitiu o protesto do Líbano a Israel, em telefonema feito ao primeiro-ministro Ehud Olmert. O premier israelense teria respondido que o o objetivo do ataque foi impedir o fornecimento de armas ao Hizbollah e não constituiu uma violação da resolução 1.701. O primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, declarou que o ataque foi uma "violação flagrante" do acordo. O fornecimento de armas ao Hizbollah é a justificativa de Israel para manter o bloqueio aéreo e marítimo ao Líbano.No comunicado, o secretário da ONU também faz um apelo às partes envolvidas para que "respeitem estritamente o embargo às armas, usem do máximo de contenção e dêem provas de responsabilidade" na aplicação do cessar-fogo. Ele ressalta que qualquer violação "coloca em perigo a calma frágil que foi alcançada após muitas negociações e mina a autoridade do Governo do Líbano". Por causa da investida israelense, Annan solicitou que sejam enviados ao Conselho de Segurança relatórios diários sobre a aplicação da trégua.