Juliana Cézar Nunes
Enviada especial da Agência Brasil
Adana (Turquia) - Há dois anos, o professor de educação física e atleta AhmadHamia resolveu sair com a família de Cubatão (SP) em busca de tranqüilidade noLíbano. “Estava assustado com a violência e com medo de meus filhos de envolveremcom amizades erradas. Acreditava que no Líbano eles poderiam estudar e vivercom segurança”, disse Ahmad. Amanhã ele, a mulher e os quatro filhos embarcam de Adana,na Turquia, de volta ao Brasil. Eles deixam para trás a casa, uma academia dafamília e a escola no Vale do Bekaa, no Líbano, uma das regiões mais afetadaspelo recente conflito de Israel com o Hizbollah. “Decidimos ir embora quando o foguete passou por cima dacasa. Tremeu tudo. Podia ficar lá e perder um filho. Todas as noites saia pelosquartos para ver se eles estavam dormindo. Com o barulho das bombas eles gritavama noite toda”, lembra Ahmad, que nasceu no Líbano, mas foi criado no Brasil.A filha dele Nasside Hamia fazia cursinho pré-vestibular,estudava árabe e inglês. “Estava gostando muito, conhecendo uma cultura diferente,a cultura de meu pai. Mas nos últimos meses já não conseguia dormir em paz. Vipessoas mortas na rua, pedaços de mão e perna. Agora quando ouço barulho deavião já começo a passar mal”, lembrou a estudante de 20 anos.A repórter Juliana Cézar Nunes viaja a convite da Força Aérea Brasileira e do Ministério das Relações Exteriores