Países de língua portuguesa compartilham experiências em educação de jovens e adultos

14/08/2006 - 15h41

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As experiências em alfabetização dejovens e adultos do Brasil e de mais sete nações que fazem parte daComunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) são o tema de umaoficina que começou hoje (14) em Brasília. São cerca de 40representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, SãoTomé e Príncipe, Timor Leste e Brasil que vão discutir formas decooperação na área educacional. Odiretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (EJA) doMinistério da Educação, Timothy Ireland, disse que uma uma daspropostas do encontro é a formação de uma rede de parcerias para que ospaíses consigam atingir as Metas da Década da Alfabetização propostaspela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura(Unesco).“O que nósestamos buscando com essa oficina é a oportunidade de todos os paísescolocarem em comum as suas experiências, as suas dificuldades e tambémas áreas em que se sentem mais fortes, em que achem que podem tambémcontribuir para o processo de cooperação”, enfatizou o professor.

Segundoo diretor, uma experiência brasileira que poderá ser compartilhada é oprograma Brasil Alfabetizado, articulado com a idéia de continuidade.“O ponto mais importante para destacar é que, na nossa visão, aalfabetização não pode ser tratada separadamente da continuidade. Énecessário garantir para as pessoas que participam dos programas dealfabetização a continuidade”. Segundo Timothy, o Brasil já divide essaexperiência há dois anos com Moçambique, por meio de um plano decooperação no campo da alfabetização e educação de adultos.

Oassessor Especial da Unesco para Educação, Célio da Cunha, lembrou quequalquer cooperação entre países deverá ter como princípio a existênciada diversidade, mesmo entre países tão parecidos. “Essa comunidade delíngua portuguesa tem um substrato comum, ela tem um destino comum, ecabe à educação, então, trabalhar esse destino”.

 Odiretor-geral da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Luís HenriqueFonseca, lembrou a importância da cooperação no âmbito Sul-Sul, ouseja, entre os países em desenvolvimento. “É muito importante para aprojeção nossa, para a projeção conjunta de nossos países no mundo, quehaja esse entendimento, que haja essa cooperação em todos os setores, enão apenas na educação. Mas, na educação, é fundamental, porque o quenos une mais é o idioma comum”, lembrou o embaixador.

Napróxima quarta-feira (16), será lançado durante o evento o RelatórioConciso de Monitoramento Global do Educação para Todos 2006, programaelaborado pelo Unicef. No encerramento da oficina, na quinta-feira(17), será elaborado um documento final com as recomendações dosparticipantes.