Manaus inicia campanha para eliminação da hanseníase

14/08/2006 - 15h30

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Começou hoje (14) em Manaus a campanha Manaus sem chamas,realizada pelo Programa Municipal de Eliminação da Hanseníase (PMEH). O Brasilhavia se comprometido com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a reduzir oscasos de hanseníase a menos de um doente para cada 10 mil habitantes – meta quedeveria ter sido atingida no ano passado, quando esse índice nacional ficou em1,47 por cada 10 mil habitantes. A região Norte concentra cerca de 65% dos casos da doença nopaís. Em Manaus, em 2005, havia 2,30 doentes para cada 10 mil moradores. Emtermos absolutos, foram 415 casos diagnosticados e notificados. “Este ano, até julho, foram 200 novos registros”, informou acoordenadora do programa, Evenilda Braga. “A meta de alguns estados com aOMS é diferenciada. O Amazonas, por exemplo, tem até 2009 para chegar a menosde um caso por cada 10 mil habitantes. Eu acredito que é possível atingir esseobjetivo. Na capital, a cada ano, a gente reduz um pouco o número de casos (em2004, eram 3,01 doentes por cada 10 mil habitantes)”, disse. A hanseníase é uma doença causada pelo bacilo de hansen,transmissível de uma pessoa para outra por meio da respiração, da tosse e doespirro. Ela atinge homens e mulheres de todas as idades. “Se o tratamento começa logo, a hanseníase não causadeformidades”, esclareceu a coordenadora. “Esse diagnóstico é simples, nãodepende de exames sofisticados, pode ser feito em qualquer unidade municipal desaúde”. A médica disse que os primeiros sinais da doença são áreasadormecidas na pele. “Não precisa ser uma região totalmente dormente, basta queuma parte da pele tenha a sensibilidade diminuída para existir a suspeita decontágio”, esclareceu. “Pode ser uma região com ou sem manchas”. Ainda de acordo com a médica, o tratamento da hanseníasedemora seis meses para os casos diagnosticados precocemente e um ano paraaqueles em estágio mais avançado. “O remédio é distribuído de graça nos postosde saúde. A primeira dose já mata 90,9% dos bacilos; a pessoa deixa detransmitir a doença. Mas é importante que ela siga o tratamento até o fim, paraficar completamente curada”, afirmou.