Juliana Cézar Nunes
Enviada especial da Agência Brasil
Adana (Turquia) - Nos últimos 30 dias, umas das principais cidades turcas passou a ser o destino mais desejado por muitos brasileiros, especialmente aqueles que estavam nas regiões bombardeadas no Líbano e buscavam uma forma de voltar ao Brasil. Considerada a quarta maior da Turquia, a cidade tem cerca de 1,2 milhão de habitantes, a maior parte deles mulçumanos. Nas ruas, os moradores se misturam entre ícones ocidentais e orientais.Mulheres de véu caminham pelo comércio repleto de referências a empresas multinacionais de bebidas e roupas. Quente e úmida, Adana está à beira do Mediterrâneo e sua história remonta a quase 4 mil séculos de lutas contra impérios. Do Assírio ao Otamano, passando pelo Bizantino, pelo Romano, pelo Armênio e pelo Egípcio.Nos finais de tarde, famílias e grupos de amigos fazem piquenique nos parques. Antes disso, muitos oram na mesquita Merkez Camii, construída há menos de 10 anos e um dos mais belos pontos turísticos da cidade. À noite, um dos programas preferidos dos turcos é assistir aos jogos de futebol nos bares e restaurantes da cidade.Hoje (14), além de noticiar o cessar-fogo entre Israel e o grupo libanês Hizbollah, os jornais turcos estampavam fotos da partida realizada no final de semana entre turcos e brasileiros que estão na cidade à espera de resgate. Resultado: 3 a 1 para os turcos.“Queremos que os brasileiros venham a Adana conhecer essa Turquia de alegria, história e turismo, e não para fugir de um conflito”, diz o gerente do hotel Selibra, Selçuk Tansalar.“Recebi brasileiros aqui em uma situação psicológica muito ruim por causa dos bombardeios do Líbano. É a primeira vez que vivemos uma situação como esta. Não é uma boa forma de ganhar dinheiro. Não me sinto confortável.”De Adana, já embarcaram para o Brasil cerca de 1,4 mil pessoas resgatadas pelo Itamaraty e transportadas para a Turquia a partir de comboios do Líbano em viagens de até 12 horas por estradas e cidades destruídas.Amanhã (15) mais de 260 brasileiros que fizeram esse caminho deixam Adana em um avião da Varig. A repórter viaja a convite da Força Aérea Brasileira e do Ministério das Relações Exteriores