Especialistas de 40 países discutem plano para crianças que vivem em abrigos

10/08/2006 - 19h43

Agência Brasil

Brasília - Especialistas do Brasil e de outros 40 países, entre elesIraque, Nepal, Guatemala e Arábia Saudita, participam desde ontem (9) de umencontro internacional em Brasília para discutir que diretrizes internacionaisdevem ser adotadas em relação às crianças que vivem em abrigos e estão privadasdos cuidados familiares. A secretária-executiva do Ministério do DesenvolvimentoSocial e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, contou que no Brasil, durantemuitos anos, as famílias colocavam seus filhos em instituições e abrigos. Deacordo com pesquisa do ministério, 87% das crianças brasileiras que vivem emabrigos têm família. Ela estima que existam mais de 100 mil crianças vivendo emabrigos no país. “Nós queremos que as crianças, que os abrigos, que essasinstituições sejam necessárias no tempo em que a família, por uma situação, poruma circunstância, esteja sem condições de protegê-la, de acolhê-la, deabrigá-la, de cuidar, de garantir alimentação, de garantir escola, de garantiras necessidades.”O Brasil foi escolhido para sediar o encontro internacionalpor estar em adiantada fase de discussão do Plano Nacional de ConvivênciaFamiliar e Comunitária, que segue as determinações do Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA). O plano defende que a convivência com a família e osparentes é fundamental para o bom desenvolvimento de crianças e adolescentes. O MDS também está elaborando um censo, juntamente com oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para mapear todas asentidades de assistência social que existem no país. “Saberemos onde elas estão, quem são, como é que elastrabalham, porque para a gente concretizar essas diretrizes, implantarprojetos, programas, serviços que dêem conta de garantir que as criançaspermaneçam com as suas famílias, nós temos obviamente que saber onde elasestão, qual é a situação, quais são as características desse processo”, afirmaa secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social. Os especialistas vão trabalhar até amanhã para compor umdocumento que trace alternativas de proteção para as crianças sem família. Aversão final será encaminhada pelo Brasil à Assembléia Geral das Nações Unidasde 2007, para apreciação e deliberação.