O orgulho da família pela morte do brasileiro do Hizbollah

06/08/2006 - 17h57

Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A morte do brasileiro do Hizbollah deixou a família orgulhosa. Ibrahim Saleh, libanês com passaporte brasileiro de 17 anos que foi vítima de ataques israelenses na semana passada, morreu como um mártir, defendendo uma causa justa, disse hoje (6) à Agência Brasil seu primo Moussa Ali Kourani, de 36.Kourani, que vive em Itapevi (SP), fica na dúvida ao comentar seu sentimento em relação à morte do primo. “É tanta morte todo dia que... Ah, eu fico sentido, mas fazer o quê? Ele se foi. Eu tenho muito orgulho que ele faleceu defendendo o povo dele, o território dele. [Pensando assim] fica mais natural”. Os parentes todos pensam assim, diz.Ele viu Saleh pela última vez em 2002, quando esteve no Líbano. Conta que o primo ainda era novo para a luta armada, mas já simpatizava com o Hizbollah. “Quando a criança é pequena, já começa a se envolver e falar que se a situação continuar assim, vai lutar pelo Hizbollah. É natural pela situação que a gente vive”.Kourani diz não saber as circunstâncias da morte de Saleh, já que as informações não são passadas por telefone por questão de segurança, para não facilitar as ações do exército israelense. E que é provável que nem a mãe do jovem saiba o que aconteceu. Correspondentes de outros veículos, no entanto, informaram que ele foi vítima de um míssil quando estava num carro.Saleh era filho de mãe brasileira (Shakibah Kourani) e pai libanês. Morava com a família em Tiro, cidade do sul do Líbano que tem sido um dos principais alvos da artilharia israelense, e morreu combatendo em Maroun er Ras, também no sul.