Oposição acusa governo de tumultuar CPI dos Sanguessugas

01/08/2006 - 22h11

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), acusou hoje (1º) o governo de tentar atrapalhar os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas. Aleluia, que é sub-relator da CPMI, disse que os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, tentaram incluir nas investigações os nomes de quatro deputados que “sequer foram mencionados na Polícia Federal, no Ministério Público ou na CPMI”.“Tentaram envolver os deputados João Almeida (PSDB-BA), Aroldo Cedraz (PFL-BA), Arolde de Oliveira (PFL-RJ) e Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG). Contra esses deputados não há nada na CPMI, mas essa intromissão tumultua os trabalhos da comissão”, afirmou Aleluia.Segundo ele, os nomes dos quatro deputados foram enviados ao Ministério Público. O líder afirmou que a CPMI não vai deixar os culpados escaparem, mas tampouco admitirá que “nomes de inocentes sejam enxovalhados na tentativa de envolver o governo passado”.Em resposta, o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), subiu à tribuna e disse: “A interpretação do deputado [Aleluia] de que a prestação de contas feita pela Controladoria-Geral da União e pelo Ministro da Justiça seria um tipo de interferência parece-me uma conclusão inadequada”.“É preciso que fique bem claro que a máfia das ambulâncias, por toda investigação que temos até agora, iniciou suas operações no ano de 1999, quando a Planam começou a atuar. Foi crescendo com os negócios das vendas de ambulâncias para as prefeituras e teve seu pico de convênios no ano de 2002”, declarou Fontana.Segundo o líder petista, está claro que a ação começou durante o governo passado. “Estranhamos muito quando alguns querem passar a impressão de que a máfia das ambulâncias surgiu durante o atual governo”.