Secretário diz que recorde de exportações foi influenciado pelo fim da greve na Receita

01/08/2006 - 20h22

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, dissehoje (01) que as exportações de US$ 13,622 bilhões em julho foram influenciadaspelo fim da greve de dois meses dos funcionários da Receita Federal. Asmercadorias ficaram represadas nos portos e aeroportos em maio e junho, e com ofim da greve foram liberadas, explicou.Meziat salientou, no entanto, que mesmo se o volume fosseinferior, certamente atingiria recorde. “Se nos meses anteriores as exportaçõestivessem ocorrido normalmente, talvez os números não tivessem sido tãoexpressivos quanto foram. Mas possivelmente nós teríamos obtido o recorde emjulho, considerando as previsões”, disse.Agora em agosto, ele acredita que as exportações poderãoatingir um patamar superior ao esperado, porque ainda tem mercadoria presa nosportos e aeroportos. De acordo com Meziat, até o fim do ano o Brasil venderá aoutros países uma média de US$ 11,5 bilhões por mês, atingindo, “comtranqüilidade”, a meta de US$ 132 bilhões. Até julho o país já exportou US$74,522 bilhões.As importações também estão crescendo, por causa,principalmente, da desvalorização do real frente ao dólar. A média mensal,segundo Maziat, vai permanecer, até o fim do ano, importações acima dos US$ 7bilhões. Em julho as compras brasileiras somaram US$ 7,984 bilhões.O volume de importações, segundo o secretário, reduzirá osuperávit – resultado das exportações e importações –, que ele prevê em US$ 40bilhões, abaixo dos US$ 44,716 bilhões verificados em 2005. Essa redução, segundo Maziat, também estava nos planos doMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, já que “para opaís não interessa um superávit muito superior a este patamar”.Além da questão cambial, o secretário também atribui ocrescimento das importações à atividade econômica, já que os bens de capital,que inclui máquinas e equipamentos para as indústrias, vêm crescendo nosúltimos meses.Na comparação entre os períodos de janeiro a julho de 2005 e2006 as compras dos bens de capital aumentaram de US$ 8,328 bilhões para US$10, 511 bilhões. As compras de matérias-primas e bens intermediários, quetambém refletem o aquecimento da economia, saíram US$ 21,212 bilhões para US$24,437 bilhões.Os brasileiros também estão aproveitando a baixa do dólarpara comprar mais produtos de consumo, que passaram de US$ 4,447 bilhões nossete primeiros meses de 2005 para US$ 6,228 bilhões este ano.