Presos paulistas estão em más condições desde rebelião em maio

01/08/2006 - 21h06

Da Agência Brasil

Brasília - Milhares de presos de pelo menos dois presídios paulistas vivem em situação precária desde as rebeliões carcerárias de maio. Em Araraquara, onde os detentos destruíram celas, mais de 1.400 presos foram alojados em um pátio ao ar livre. Em Mirandópolis, onde também foram destruídas instalações, mais de mil detentos estão confinados em um único pavilhão, sem receber visitas desde o dia 14 de maio.Em meados de maio, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) liderou uma série de ataques a cidades de São Paulo, incluindo a destruição de presídios. A secretaria estadual de Segurança Pública registrou 180 ataques contra prédios públicos, bases comunitárias da polícia e servidores das corporações militares e civis estaduais, incluindo 56 ônibus e oito bancos.Depois disso, no Centro Provisório de Detenção (CDP) de Araraquara, os presos ficaram “sem alimentação adequada, sem serviço de saúde, praticamente sem contato com o mundo exterior, sem água, sem roupa, dormindo ao relento e com frio”, segundo Carlos Eduardo Gaio, diretor de Relações Internacionais do grupo Justiça Global. Na ocasião, o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, disse que a situação era lembrava “masmorras medievais”.Depois que organizações brasileiras enviaram denúncia à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede na Costa Rica, o organismo internacional enviou um documento ao governo brasileiro solicitando medidas para garantir a segurança dos presos de Araraquara.