Conferência Regional das Américas avalia plano de ação contra discriminação racial

27/07/2006 - 21h17

Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - Mais de 400 representantes de 35 países participam desde ontem (26) da Conferência Regional das Américas, que até amanhã (28) avaliará os compromissos firmados na conferência de Durban (África do Sul), em 2001. Entre esses compromissos está o Plano de Ação contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas. Organizada pelos governos do Brasil e do Chile, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), o encontro é uma oportunidade de compartilhar experiências e trocar idéias, segundo Raimundo Gonçalves, militante do movimento negro há 30 anos. “Ter contato com negros de toda a América Latina e firmar uma conexão com eles – isso faz com que consigamos (re)construir nossa auto-estima”, explicou. Gonçalves também disse acreditar que o Brasil tem papel estratégico nessa questão, por ter, depois da África, a maior população negra do mundo. “Nosso país não pode negar a discussão da questão negra. Daí a importância de a discussão ser aqui: o objetivo é sensibilizar a sociedade para a causa”, disse.  A representante do Ministério da Cultura da Venezuela, Marizabel Blanco, lembrou que o encontro “é uma oportunidade de se gerar um política de afrodescêndencia" e que "as experiências podem na valorização dos negros”. Já Neusa Zoch, que representa o governo do estado do Rio Grande do Sul, disse esperar que "a discussão seja uma política de Estado e sirva como reflexão para a sociedade e a juventude". Ela lembrou que "países desenvolvidos também têm problemas com relação a suas minorias – o preconceito racial tem a ver com educação e cultura do povo, não com a questão econômica". Os debates de hoje da Conferência também envolveram, paralelamente, as questões das mulheres e dos indígenas.