Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria de transformação paulista não cresceu em junho. Pesquisa mensal da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que o nível de atividade apresentou aumento de 0,1% na comparação com maio, considerando o ajuste sazonal, ou seja, os efeitos característicos do período, e queda de 1% sem levá-los em conta.Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, disse que recebeu o resultado “sem surpresa”. Para ele, o desempenho continua “chocho, com variação praticamente zero e ritmo de produção bem abatido”. Um dos principais empecilhos à maior expansão, defende, é a manutenção da valorização do real. Em sua estimativa, a indústria deve fechar o ano com crescimento semelhante à previsão do Produto Interno Bruto (PIB) (3,5%) ou até mesmo “inferior a esse patamar”.Antônio Correa de Lacerda, diretor do Departamento de Economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), avalia o peso da política cambial setorialmente. “O que está ocorrendo, por exemplo, na indústria de máquinas e equipamentos é a substituição da produção local por importados dos países asiáticos”. Citando dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Lacerda afirma que houve, em junho, crescimento de 15,4% no volume de importações e de 9,7% nas exportações.O levantamento da Fiesp revela ainda que o nível de atividade cresceu 3,7% em relação a junho do ano passado e que, comparando o primeiro semestre deste ano com o de 2005, o aumento foi de 3,8%. A indústria de transformação é o tipo de indústria que transforma a matéria-prima em algum tipo de produto comercial já a ponto de ser consumido ou usado.